Bali.
Vila dos Sonhos.
- Relaxe um pouco. - Disse um homem vestindo um terno claro, chegando de forma ambígua perto do ouvido de uma mulher.
A mulher recuou levemente meio passo, e, mesmo essa ação despretensiosa, foi notada pelo homem.
Com um rápido brilho em seus olhos, ele recuou duas etapas, cavalheiresco, sorrindo:
- Jane, você está muito tensa.
Ela fechou as mãos, sentindo uma sensação pegajosa na palma.
"É natural estar nervosa, devido à pessoa que vou encontrar."
- Na verdade, você não precisa se preocupar tanto. Ele tem o hábito de passar as férias na Vila dos Sonhos em Bali, todos os anos, geralmente ficando um mês. - O homem falou em um sotaque português com um toque exótico, sua voz naquele momento era grave e profunda, como um violoncelo.
- Portanto, Jane, não é necessário encontrá-lo imediatamente após desembarcar do avião, cansada da viagem.
Ela balançou a cabeça, e ainda agora, sentia-se confusa.
Sem dizer a ninguém, ela fugiu.
Do quê ela estava fugindo, só ela sabia.
Depois do silêncio, veio a quietude.
- Cain, vamos entrar. - Mas, eventualmente, foi Jane quem quebrou o silêncio primeiro.
O que a mulher não viu foi que, durante esse longo silêncio, o homem alto e bonito ao seu lado estava olhando fixamente para ela, seus olhos profundos, diferentes dos ocidentais, refletindo apenas a imagem dessa mulher.
- Claro. - A voz, profunda como um violoncelo, agora surpreendentemente obediente.
O homem estendeu galantemente um braço, e sem palavras, a mulher obedientemente estendeu a mão, segurou-o, apenas como um gesto cortês.
Mas o homem, no momento em que seu pulso foi tocado, seus lábios se curvaram em um sorriso sutil, acenando para os atendentes ao lado, que obedientemente abriram as portas.
As portas se abriram.
A música melodiosa e a luz suave, mas deslumbrante, jorraram de uma vez, caindo sobre o par de homem e mulher que haviam chegado no meio do caminho.
Talvez a visita súbita desse casal tivesse atraído a atenção dos outros convidados da festa.
Jane sorriu, mas sentiu que a maior possibilidade era que o homem ao seu lado fosse simplesmente deslumbrante.
Por mais ardentes que fossem os olhares de admiração, para Cain, naquele momento, era uma ocasião importante a ser lembrada.
Ele baixou os olhos e olhou para a mulher ao lado, de sua perspectiva, podendo ver o topo de sua cabeça suave. Desde o momento em que ela segurou seu pulso, ele sentiu que o coração, vazio por tanto tempo, parecia estar completamente preenchido, sem mais lacunas.
"Se pudesse ser sempre assim."
O homem não continuou pensando.
Seus olhos seguiram o topo da cabeça da mulher, descendo até seus longos cabelos negros que chegavam à cintura.
De repente, ele lembrou de uma frase popular na internet: "Quando seu cabelo chegar à cintura, jovem, você vai se casar?"
"Quem ela está esperando?"
De repente, essa questão estranha surgiu em sua mente.
- Você está linda hoje, e esse cabelo também está lindo.
- Pare de brincar, Cain, estou dizendo que estou muito nervosa, você acredita?
O homem apenas sorriu, pensando de forma calma: "Eu não estou brincando."
Ao virar a esquina à frente, houve um alvoroço.
- Vamos, vamos lá.
Cain liderou a mulher ao seu lado em direção à multidão.
- Espere um momento.
Ela ainda estava nervosa, e uma fina camada de suor apareceu na palma da sua mão:
- Aquele é o Sr. Cesar?
- Não, Cesar sempre foi misterioso, aquele é seu secretário-geral.
Ela ficou surpresa por um momento, olhando especificamente para a multidão novamente, ainda mais chocada. Cesar sempre foi misterioso, isso era conhecido por todos.
Que Cesar não compareceu a tal festa, fazia sentido.
Mas, o surpreendente era que a pessoa era apenas um secretário-geral ao lado de Cesar, e sua aparição poderia atrair tanta atenção dos políticos e empresários famosos.
Então ela abaixou o olhar para as duas mãos entrelaçadas.
Cain estava prestes a soltar a mão dela de maneira considerada.
Então, uma voz entusiasmada soou perto de seu ouvido:
- Meu Deus, Cain, mal posso acreditar no que estou vendo.
No momento em que Jane levantou a cabeça, a mão que estava prestes a ser solta, de repente, se fechou novamente, e uma voz como a de um violoncelo veio de cima:
- Não.
A expressão da mulher era calma, Jane estava prestes a se apresentar:
- Somos amig...
- Ela é a minha rainha. - Caim a interrompeu.
O sorriso no rosto da mulher de repente congelou:
- Não foi engraçado.
Ela murmurou para o homem ao lado, que sorriu ligeiramente e explicou para o surpreso Cesar em frente a ele, de uma maneira calma e recolhida:
- Era uma piada. Um cavalheiro elegante deveria ter senso de humor.
Com essa frase, ele empurrou a culpa para Cesar, que não pareceu se importar. Cain, então, começou a apresentá-los:
- Jane, presidenta do Grupo Pereira. Cesar, fundador do Grupo WP na França, um pioneiro na indústria.
- Olá. Sou a Jane, muito prazer.
- Senhora bonita, olá. - Cesar lhe deu os cumprimentos.
Cain soltou a mão de Jane.
- Vocês conversem, eu vou pegar uma bebida.
Ele, então, se dirigiu diretamente ao bar na esquina interna, serviu uma bebida para si e chamou o secretário:
- Vamos beber?
- Sim, Duque.
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