Chamas da Paixão romance Capítulo 287

André olhava para Jane com dentes cerrados:

- Fique tranquila! Eu vou conseguir!

Ele disse:

- Vou viver bem, pode apostar.

Com um sorriso frio, ele provocou:

- Você que não se arrependa!

Jane observava silenciosamente a figura de André se afastando com determinação, até que ele desapareceu de vista. Apoiando-se com todas as forças, ela lançou um olhar ao pessoal ao redor:

- Tudo bem agora, voltem ao trabalho.

Imediatamente, todos se dispersaram para retomarem suas tarefas.

Ao se virar, viu a secretária que havia se queimado, agachada no chão, recolhendo os cacos.

- Pare de recolher, tire meio dia de folga e vá ao hospital tratar essa queimadura. Peça à faxineira para limpar isso...

Jane parou e pensou um pouco:

- Esqueça, não precisa chamar a faxineira. Vá para o hospital.

A secretária olhou para Jane com gratidão, repetindo incessantemente:

- Obrigada, Presidenta Jane, obrigada, obrigada.

Vendo a sinceridade da secretária, a expressão de Jane suavizou involuntariamente.

- Vá agora, cuide-se na estrada, não precisa se apressar. Se o departamento de RH perguntar, diga que eu mesma dei folga a você.

Ao se virar para sair, a secretária disse:

- Presidenta Jane, você é realmente uma boa pessoa, e não como as pessoas dizem.

Ao perceber o que tinha dito, ela tampou a boca, com um olhar de arrependimento...

“Isso não fará ela pensar que eu estou falando mal dela por trás?”, pensou a secretária, lançando um olhar cauteloso para Jane. Porém, percebeu que Jane parecia não ter ouvido nada, apenas acenou para ela com um sorriso suave:

- Vá logo.

- Sim!

Aliviada, a secretária deixou escapar um sorriso radiante:

- Obrigada, Jane. - Até a sua voz parecia mais animada.

O olhar de Jane passou pelo rosto jovial e cheio de vida da secretária, e seus olhos revelaram uma serenidade de quem já viveu muito.

Foi então que ela percebeu como tinha envelhecido pouco a pouco no emaranhado dos anos.

O corredor ficou silencioso e vazio, não havia uma alma à vista. O familiar cansaço voltou a tomar conta dela. No entanto, ela não podia se permitir relaxar ainda...

Ela ainda tinha um convidado.

- Sr. Cain, peço desculpas por você ter presenciado isso hoje. - Ela disse em um tom formal, porém distante.

Ao ouvir isso, a luz nos olhos de Cain se apagou...

"Eu ainda não posso me aproximar dela?"

Ele olhou para a mulher à sua frente, sua atitude formal, porém distante, seu sorriso perfeito que parecia gentil, mas trazia uma sensação de distância...

Ele estava começando a sentir saudades da Jane de três anos atrás.

- Quanto aos detalhes adicionais da parceria, já lhe expliquei a posição do Grupo Pereira. Sr. Cain, talvez você devesse considerar a parceria depois dessas adições, irá beneficiar a ambos.

A expressão de Cain estava cada vez mais desapontada...Ele não queria falar de negócios, por que não podiam conversar um pouco sobre a vida?

- Aquele cara agora, era o filho mais velho da família Pereira, certo?

Obviamente era o filho mais velho da família Pereira. O próprio André tinha se identificado antes. O que Cain queria dizer era:

- André, já ouvi falar dele, ele foi diagnosticado com leucemia recentemente, não é? - Embora ele estivesse perguntando a Jane, seu tom era mais de uma afirmação.

Quem na Cidade S não conhecia as grandes mudanças que a família Pereira tinha sofrido recentemente?

Isso incluía a doença incurável de André.

E a troca de liderança do Grupo Pereira.

A mão de Cain, sem perceber, apertou ainda mais, a estranha emoção em seu coração estava aumentando, tanto que ele mesmo não conseguia explicar por que estava se sentindo tão irritado.

Ele apertou a mão delicada em sua palma ainda mais, mas quanto mais apertava, mais vazio se sentia.

Parecia, como se, algo realmente tivesse escapado de seu alcance.

Não...

Ele soltou a mão abruptamente.

Com um rosto frio e severo:

- Vou pensar seriamente na proposta que a Presidenta Jane apresentou. Tenho coisas a fazer hoje, então vou embora agora.

Sem esperar por uma resposta de Jane, ele já estava andando, indo embora em passos largos.

Ele se afastou tão rapidamente e com tanta urgência, como se estivesse fugindo.

Jane assistiu sua figura se afastando, abaixou a cabeça para olhar para sua mão, que já estava vermelha de ser apertada tão fortemente. O calor ardente ainda permanecia na palma da mão. Quando ela levantou a cabeça novamente, o corredor estava vazio.

De repente, um sorriso apareceu no canto de seus lábios:

- Obrigada pela sua confiança. Mas, não preciso mais disso.

Ela se virou, e foi para a direção em que Cain havia partido, para o outro lado do corredor, andando devagar e de maneira irregular.

Ali, era o banheiro daquele andar.

Ela entrou lentamente no banheiro, virou na cabine do banheiro no final do corredor, como se já soubesse o caminho, abriu a porta suavemente, e pegou um esfregão, balde e vassoura de dentro.

Cada um tinha sua especialidade...

Três anos atrás, ela era uma faxineira.

Ela pegou as ferramentas de limpeza da cabine e, tranquilamente, começou a encher o balde de água. Carregando o balde, com um pano em seu braço, uma vassoura e uma esfregão na outra mão, ela saiu do banheiro e começou a caminhar devagar e mancando no silencioso corredor.

Ela caminhava lentamente, sem pressa.

Até que chegou à porta de seu escritório, colocou o balde no chão, agachou-se e começou a limpar os cacos de vidro e a água do chão, de maneira lenta mas hábil.

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