Diante dos apelos desesperados de Bill, minha mãe colocou de lado seu fio e agulha de crochê. Lentamente, ela se levantou e pegou o grande pote de vidro da mesa.
"Querido, o que você está fazendo?" Bill perguntou, sua voz tingida de confusão.
Minha mãe olhou para ele, sua voz calma, quase distante. "Todas as vezes que você me decepcionou no passado, eu colocava uma moeda neste pote. Eu me dizia que se este pote enchesse, eu te deixaria."
Ela abriu a tampa e disse: "Agora, só falta uma moeda para o pote ficar cheio. Bill, você pode me prometer que nos anos que virão, você não vai mais me decepcionar?"
Bill parecia não ouvir suas palavras, seus olhos grudados nas moedas no pote.
Ele sabia que havia magoado Philippa, mas não percebia o quanto as decepções acumuladas a tinham ferido.
Uma chama tremeluzente pode causar uma dor breve, mas quando essa chama se transforma em um fogo furioso, Philippa já havia sido queimada, marcada e despedaçada.
"Eu..." Bill queria assegurar a ela que não a decepcionaria novamente, mas tal promessa pareceria irrealista, até mesmo para uma criança.
"Bill," minha mãe continuou, sua voz suavizando, "Eu aprecio seus esforços para ajudar minha família. É uma prova de que você quer compensar o que fez. Mas a mágoa entre nós, seja por oportunidades perdidas ou mal-entendidos, se tornou muito profunda para apagar. Eu já pensei em deixar tudo para trás e ser uma boa esposa para você, mas naquele mesmo dia, descobri que Monica estava grávida. Depois disso, suas ações - quer fossem para provocar ou controlar-me - fizeram com que a mágoa parecesse constante. Tornou-se um hábito, e você achou que era normal."
"Mas Zoey, minha Zoey... Ela tinha apenas 20 anos," ela disse, sua voz se quebrando. "Depois de anos de angústia emocional, ela escolheu pôr fim à sua vida. Bill, isso não deveria ter acontecido."
Ela não estava se referindo a mim, mas à verdadeira Zoey, que havia falecido.
Lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto ela falava. "Bill, vamos parar de nos torturar. Não importa o quanto você tente se redimir, eu nunca mais vou te amar."
Zoey nunca perdoaria Bill por sua morte.
"Por favor, não chore," Bill implorou, desespero em sua voz. "Tem que haver uma maneira. Apenas me dê mais uma chance, e eu..."
Philippa raramente chorava na frente dele. Quando o fazia, era geralmente depois que ele saía.
Em sua presença, ela há muito tempo aprendera a manter suas emoções firmemente controladas.
Bill estava agora frenético, querendo segurar sua mão, implorar por perdão, mas não havia nada além de silêncio e desespero em seus olhos.
"Em vez de deixar cair aquela última moeda para encher o pote, Bill, você não pode apenas fazer esta coisa por mim? Me deixe ir, por meu bem - e pelo seu próprio bem."
Bill encarava o pote cheio de moedas, seus olhos avermelhados. Sua voz estava rouca. "Você realmente quer se divorciar de mim?"
"Sim," ela respondeu sem hesitação. "Se for pelos filhos, podemos discutir isso depois. Mas se você se recusar a assinar os papéis, não terei escolha a não ser pedir o divórcio e expor tudo sobre você e Monica online."
"Philippa, você não é tão cruel assim," Bill protestou, sua voz se quebrando.
"Eu não era antes," ela disse, seu tom frio. "Mas agora, não tenho mais nada a perder. Bill, vamos nos divorciar."
"É por causa do Nicholas?" Seu rosto se contorceu de incredulidade. "Você quer se divorciar de mim só para ficar com ele?"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Casamento de Arrependimentos e Revelações
Meu Deus quando eles vão ser feliz...
Não terá mais atualização??...