Sangue escorria da testa de Luke. Ele me olhava incrédulo, os olhos avermelhados cheios de uma mistura de choque e dor, enquanto eu apertava o vaso nas mãos.
“Você...”
Antes que ele pudesse terminar, seu corpo desabou com um forte baque.
Era a primeira vez que eu fazia algo assim, e o pânico me tomou. Corri até Carter, desesperada. “Você está bem?”
Carter olhou para Luke, caído no chão, e depois voltou seu olhar para mim. “Estou bem.”
Ele chamou Damian, com uma voz calma e controlada. “Leve-o ao hospital.”
“Sim, senhor.”
Damian, com seu corpo alto e robusto, carregou Luke sem dificuldade.
Ver o sangue se acumulando ao redor da ferida de Luke me fez congelar de pavor. Percebendo isso, Carter me puxou para seus braços. “Não se preocupe. Ele não está morto. Só se machucou.”
Fechei os olhos com força, tremendo levemente em seu abraço.
Após presenciar as mortes de mim mesma e de Esmee, meu medo de incidentes como aquele se tornara insuportável.
Eu queria que Luke recebesse o que merecia, mas esmagar a cabeça dele com um vaso não era a vingança que eu tinha em mente.
Depois que me acalmei, Carter finalmente perguntou: “Por que você bateu nele com o vaso?”
“Eu não pensei direito”, admiti, ainda com o coração acelerado. “Ele é um homem grande tentando machucar alguém que nem consegue se defender. Qualquer um pararia um ato tão vil.”
Se eu tivesse matado Luke, teria sangue nas mãos e perderia qualquer chance de buscar justiça no futuro.
Eu preciso ser menos impulsiva da próxima vez.
Mas, naquele momento, foi puro instinto. Quando percebi o que fiz, Luke já estava no chão.
Carter apertou mais meu corpo. “Não importa o motivo, ver você agindo assim, eu fico feliz.”
O que ele está tão feliz?
É porque eu não matei Luke?
Ainda abalada, voltei para o meu quarto enquanto Carter verificava o estado de Luke.
Não demorou muito para Adam entrar, furioso. “Carter, os Boltons não são apenas seus para governar! Meu filho já está sofrendo de uma doença grave e se tratando. E ainda assim, vocês se atreveram a machucá-lo assim!”
“Adam, não se irrite.” Dei um passo rápido à frente. “Fui eu. Eu bati nele. Tinha um motivo para isso.”
O rosto de Adam permaneceu gelado. “Eu não me importo com os seus motivos. Guarde suas desculpas para o Jeffrey!”
Embora eu tivesse meus motivos, os problemas pareciam me seguir desde que me casei com os Boltons.
O carinho de Jeffrey por mim era evidente, mas era principalmente porque eu lembrava Chloe.
No fim das contas, Luke era seu neto biológico. Após incidentes como esse, não havia como ele ignorar.
Quando desci, encontrei seu olhar furioso. Sheila estava ao seu lado, tentando acalmá-lo.
“Pai, não fique assim. Beba um chá para relaxar”, ela disse, entregando-lhe uma xícara.
Jeffrey a afastou com um gesto, e a xícara de chá se quebrou aos meus pés. As folhas de chá se espalharam por toda parte, e algumas até respingaram nas minhas pantufas.
Felizmente, era inverno. Se fosse verão, a água quente poderia ter queimado minhas pernas.
Jeffrey estava furioso, e eu tentava pensar em uma explicação.
Carter, no entanto, segurou minha mão e disse: “Pai, não vale a pena prejudicar sua saúde por algo tão trivial.”
Jeffrey finalmente cedeu. “Como você está? Se machucou?”
“Não tive tempo”, respondeu Carter, frio. “Se Zoey não tivesse parado ele, provavelmente seria eu no hospital agora.”
Seu olhar cortante se fixou em Adam e Sheila, fazendo-os se mexer desconfortavelmente. Sheila, relutante em desistir, perguntou: “Luke tem se comportado bem ultimamente. Se ele se descontrolou, deve ter feito algo. O que foi?”
“Se você acha que a culpa é minha, por que não esperamos Luke voltar e perguntar diretamente a ele?”, sugeriu Carter, com uma voz indiferente.
Eu estava curiosa também. Não consegui entender o que havia desencadeado a briga deles.
Luke retornou logo depois, com um curativo na testa. Ao entrar, seu casaco estava molhado pela neve derretida, e seus olhos imediatamente se fixaram em mim.
Seu olhar estava intenso, cheio de uma mistura confusa de alívio, alegria e dor.
Será que ele descobriu quem eu sou?
Isso é impossível. Ninguém acreditaria em algo tão absurdo quanto uma alma habitando outro corpo.
“Boa hora, Luke”, disse Sheila. “Conte-nos o que aconteceu. O que Carter fez para te deixar tão furioso?”
Luke a ignorou, seus olhos fixos em mim enquanto caminhava lentamente em minha direção.
Sob seu olhar penetrante, meu coração disparou. Eu tinha uma sensação terrível de que ele estava prestes a revelar algo chocante.
Ele me encarou, sua voz trêmula. “Porque o tio Carter pegou algo que era meu, algo que significava tudo para mim!”
Meu coração disparou. Ele descobriu?
Os outros estavam perplexos. “O que o seu tio pegou de você?”
Luke continuou me encarando, sua voz se quebrando. “Ele pegou meu...”
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Casamento de Arrependimentos e Revelações
Meu Deus quando eles vão ser feliz...
Não terá mais atualização??...