No corredor do terceiro andar, Natan estava de torso nu, olhando horrorizado para o jovem monge de cabeça raspada que parecia flutuar com uma aura etérea.
"Você... você está aqui por quê?"
Natan cruzou os braços sobre o peito, semicerrando os olhos para encará-lo.
"O hóspede da minha família é você?"
Paulo fez uma reverência budista para Natan, assentiu levemente e passou por ele com uma calma inabalável.
Na mesa de jantar, a atmosfera estava um tanto estranha, com todos os olhares fixos em Paulo. Leila e os outros lançavam olhares frequentes para ele, admirados com a serenidade que Paulo emanava enquanto comia.
Após o café da manhã, Otilia Salazar pegou sua bolsa para ir à escola, e Paulo a seguiu lentamente.
Otilia Salazar entrou no carro, e Paulo silenciosamente entrou também.
Otilia Salazar olhou para Paulo, "Mestre, vou para a escola, você também quer ir?"
Paulo assentiu.
"Mestre, não é apropriado você ir comigo para a escola, não acha?"
Paulo respondeu com calma: "Eu ficarei em silêncio, não vou atrapalhar. Pode ficar tranquila."
Ficar tranquila?!!
Com uma cabeça completamente raspada, seguindo ao seu lado, como ela poderia ficar tranquila?
Otilia Salazar estava um pouco desesperada, "Eu não quero ser o centro das atenções. Você me acompanhando é um grande incômodo. Por favor, fique em casa e me espere."
Natan e os outros estavam perplexos.
Mariana interveio, "Mestre, a escola realmente não é lugar para você. É melhor ficar em casa."
Lucas apoiou, "Sim, mestre, é melhor ficar em casa."
Natan, sem cerimônia, perguntou de forma áspera: "Ei, o que você quer com a minha irmã? O que está tentando fazer?"
Assim que ele terminou de falar, recebeu dois leves golpes na cabeça, cortesia de seus pais.
Natan ficou sem palavras.
Lucas assentiu, "Mestre, você é perspicaz. Tenho um pedido a fazer."
"Fale."
"Mestre, pode fazer uma leitura para Otilia?" Lucas pediu.
"Não posso." Paulo respondeu prontamente.
"Mestre, esta questão envolve a reputação de Otilia. Poderia, por consideração a ela, fazer uma exceção?" Lucas implorou novamente.
"Não posso." Paulo recusou calmamente, mas, percebendo a aflição de Lucas, acrescentou uma explicação rara, "Uma vez a cada três anos. Já foi usada."
Lucas então lembrou que Paulo tinha uma regra especial: ele só fazia uma leitura a cada três anos. Quem procurava por ele precisava contar com a sorte.
Se a sorte estivesse ao seu lado e ele ainda não tivesse feito a leitura, poderia ter uma chance.
Se não, mesmo encontrando-o, não haveria o que fazer.
Por muitos anos, essa regra permaneceu inquebrável. Por décadas, ninguém conseguira quebrá-la.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Através de montanhas e mares para a abraçar
Estou adorando a história. Daria para postar mais de 5 capítulos diários?...
Quando vai ter mais capítulos? História é boa....