Os dois homens do lado de fora estavam preocupados, mas Otilia Salazar não tinha clareza sobre isso.
Ela agora concentrava toda a sua atenção, analisando minuciosamente suas lembranças, sem deixar escapar nenhum detalhe.
Ao lembrar da armadilha que ela mesma havia planejado, Otilia viu claramente que Lorena realmente tinha caído nela e caído ao chão. Mas, ao recobrar a consciência, estava em um lugar desconhecido.
Aquele lugar deveria ser o território da organização.
Otilia Salazar observou Lorena seguir as instruções dos membros da organização, que a contrabandearam para a Coreia. Lá, seu trabalho diário consistia em aprender, aprender a imitar seu jeito de falar, suas expressões e até mesmo seu tom de voz.
Além disso, Lorena passou por inúmeras cirurgias plásticas, constantemente ajustando e alterando seu rosto até se transformar completamente em outra pessoa.
Era impressionante como a organização tinha especialistas para realizar tal feito, evidenciando o alto custo envolvido.
Do começo ao fim, Lorena teve contato com poucas pessoas e seu conhecimento sobre a organização era bastante superficial.
Na verdade, nem mesmo superficial.
Dentro daquela organização, ela não passava de uma ferramenta, uma ferramenta ligeiramente importante, nada mais.
Cirurgias de redução óssea, preenchimento...
Esses procedimentos deixaram Otilia Salazar admirada.
Lorena resistiu por todo aquele tempo, movida por seu ódio, até chegar ao ponto atual.
As lembranças de Lorena ao retornar ao Brasil despertaram novamente o interesse de Otilia Salazar.
Ao ver Lorena interagir com Karina, ela notou o momento em que Karina deliberadamente retirou a máscara de Lorena, exibindo uma expressão de horror e choque.
Quando Lorena, imitando o tom de Otilia, chamou Karina de "querida irmã", a malícia e o ciúme eram tão palpáveis que Otilia Salazar quase podia senti-los através da barreira da memória.
Naquele instante, Lorena deve ter sentido uma satisfação intensa.
Otilia Salazar focou sua atenção nas lembranças relacionadas a uma pessoa chamada Roxo.
...
Com um "clique", a luz azul se apagou e a porta do compartimento se abriu. Otilia Salazar sentiu uma dor aguda na cabeça, que logo passou, enquanto ouvia as vozes de Zuriel e Philipe.
Otilia Salazar bebeu a água com avidez, sentindo a garganta aliviada.
"Como você está? Sente alguma coisa estranha?"
Diante dos olhares preocupados do irmão e do tio, Otilia Salazar balançou a cabeça.
"Estou bem. Quanto tempo passou?"
Mal terminou de falar e seu estômago roncou em resposta.
Zuriel sorriu e lhe ofereceu uma tigela de mingau quente, "Um dia e uma noite. Você deve estar com fome. Tome um pouco de mingau para aquecer o estômago."
Depois de terminar o mingau, Otilia Salazar finalmente se sentiu mais recuperada.
Pensando nos segredos que havia descoberto nas memórias de Lorena, ela olhou para Philipe e perguntou com seriedade: "Irmão, em que circunstâncias gêmeos podem não se parecer?"
Philipe, embora não compreendesse a intenção dela, respondeu seriamente: "Gêmeos bivitelinos. Gêmeos bivitelinos são formados quando dois óvulos diferentes são fertilizados por dois espermatozoides diferentes, resultando em dois indivíduos independentes que, ao crescer, podem apresentar diferenças significativas e podem ser do mesmo sexo ou de sexos diferentes. Eles se desenvolvem a partir da combinação de dois (ou mais) óvulos com dois (ou mais) espermatozoides distintos, simultaneamente ou em momentos diferentes."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Através de montanhas e mares para a abraçar
Estou adorando a história. Daria para postar mais de 5 capítulos diários?...
Quando vai ter mais capítulos? História é boa....