"Você ainda tem a coragem de falar. Nossa filha está machucada e você nem ao menos mostrou um mínimo de preocupação, nem uma palavra de conforto." Mariana acusou com raiva.
Lucas suspirou profundamente em silêncio, sabendo que a melhor coisa a fazer era aceitar a bronca sem contestar.
Felizmente, hoje quem dirigia era o filho mais velho, senão a vergonha seria para todos, na frente de estranhos.
Depois de desabafar, Mariana acalmou-se consideravelmente.
Ela afagou carinhosamente a cabeça da filha, "Com tanto sangue perdido e a mão enfaixada desse jeito, como não sentir dor?"
Dizer que não doía era só para não preocupar os outros.
Mariana entendia isso perfeitamente.
E por isso mesmo, o coração dela doía ainda mais pela filha.
Sua filha delicada, sempre passando por tantas dificuldades.
Não poderia ser assim, talvez fosse hora de ir até Montanha F para fazer uma oração.
Quando Mariana se acalmou, todos no carro respiraram aliviados. Emoções muito intensas poderiam desencadear seus problemas de saúde, então a família sempre tomava cuidado para protegê-la.
Otilia Salazar também soltou um suspiro de alívio.
Ao chegar em casa, Leila trouxe uma tigela de sopa para reconstituir o sangue. Sob o olhar amoroso da mãe, Otilia Salazar, ainda que com certa dor, tomou toda a sopa.
Mal tinha terminado, a porta se abriu novamente.
Karina Valentim entrou na sala, lançando um olhar sutil para Otilia Salazar, como se procurasse algo nela.
Otilia Salazar percebeu o olhar estranho, mas fingiu não notar.
"Irmã, você está bem?" Karina perguntou.
"Estou bem."
"Hoje, se não fosse por você, irmã, temo que todos nós estaríamos em perigo. Na verdade, você é a salvadora de todos nós." Karina sorriu, fixando-se no rosto de Otilia Salazar.
"Eu também estava me salvando," respondeu Otilia Salazar com indiferença.
Antes, não havia esperança, mas agora ela tinha algo a que se apegar.
Então, ela precisava descobrir a verdade.
Se Otilia Salazar era real ou não.
O despertador biológico de Otilia Salazar soou, e ela acordou pontualmente. Olhou o horário, levantou-se, vestiu-se e foi se arrumar. Ao descer, ouviu vagamente a voz da mãe e de Leila na cozinha.
"Senhora, não se preocupe, nos próximos dias prepararei sopas e pratos ricos em sangue para a pequena senhora, garantindo que não se repitam." Leila afirmou com confiança.
"Eu percebo que a Olivia não gosta muito dessas sopas para melhorar o sangue, talvez ela já esteja enjoada. Você sabe como ela é, mesmo quando não gosta, nunca diz nada para não incomodar os outros." Mariana expressou sua preocupação, claramente angustiada.
"Senhora, ouvi dizer que o chef particular da Churrasqueira Lusitana é muito bom em culinária medicinal, que tal chamarmos ele para cozinhar para nós?" Leila sugeriu.
"Ótima ideia, entre em contato imediatamente. Não importa quanto custe, temos que trazê-lo para cá."
"Claro. Vou pedir ao Paulo para chamá-lo."
"Deixe pra lá, vou mandar o Roque. Ele tem uma boa lábia."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Através de montanhas e mares para a abraçar
Estou adorando a história. Daria para postar mais de 5 capítulos diários?...
Quando vai ter mais capítulos? História é boa....