Um dos herdeiros das oito famílias, Adilson Faria da família Aristides, desceu do carro e foi recebido por uma recepcionista que o conduziu para dentro. Ao chegar à porta, ele lançou um olhar para a criança que se agarrava firmemente ao batente da porta, mas sem se deter, seguiu direto para dentro do museu de ciências.
"Como assim a segurança ainda não chegou?" disse uma funcionária, irritada.
No momento em que suas palavras ecoaram, o segurança apareceu em seu campo de visão. Franciele, ao ver o segurança, virou-se, abriu a boca e mordeu com força a mão da recepcionista.
A funcionária, sentindo dor, soltou a mão de Franciele, que imediatamente correu.
Sem se importar com o sangue que brotava de sua mão, ela correu atrás de Franciele.
A cena de um grupo de pessoas tentando capturar uma criança escorregadia era quase cômica.
Otilia Salazar desceu do segundo andar e se deparou exatamente com essa cena.
"Parem todos."
Uma funcionária tentou explicar: "Srta. Valentim, essa menina insistiu em entrar, não conseguimos detê-la de jeito nenhum."
Otilia reconheceu imediatamente quem era a menina.
Ela não era tão pequena; tinha dezesseis anos e, em dois meses, faria dezessete. Sua aparência jovial, resultado de desnutrição, fazia com que parecesse mais nova do que realmente era.
Aquelas crianças que vinham de regiões áridas e desoladas pareciam muito jovens, mas na verdade eram adolescentes, com cerca de dezesseis anos, sendo a mais nova com pelo menos quinze.
Otilia olhou para a mão da funcionária, notando uma clara marca de dentes e sangue escorrendo. Se a mordida fosse mais profunda, talvez até um pedaço da carne fosse arrancado.
Que ferocidade!
"Voltem aos seus postos." ordenou Otilia Salazar, e então disse à funcionária: "Limpe essa ferida com álcool."
"Sim."
Franciele, vendo que todos obedeciam a ela, percebeu que era a proprietária da casa, a rica empresária.
Veja só, que criança obediente, compreensiva e sensata.
Otilia nunca subestimava ninguém, seja criança ou adulto. Muitos dizem que crianças não mentem, mas claramente nunca lidaram com elas.
Especialmente a menina à sua frente, que já é uma adolescente, não uma criança inocente.
Notando as roupas velhas e rasgadas que ela usava hoje, ainda piores do que as que vestia dois dias atrás, era evidente que ela havia escolhido essa roupa de propósito, se afastando secretamente do grupo para vir sozinha.
E aquela mordida feroz na moça da recepção...
Esse tipo de astúcia, chamá-la de uma criança pura e inocente.
Vamos parar com isso, certo!
"Você já tomou café da manhã? Está com fome?" Otilia perguntou com preocupação.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Através de montanhas e mares para a abraçar
Estou adorando a história. Daria para postar mais de 5 capítulos diários?...
Quando vai ter mais capítulos? História é boa....