Através de montanhas e mares para a abraçar romance Capítulo 745

Zenaldo tinha dificuldades em falar, mas diante do olhar persistente dela, começou a falar devagar, "Eu não fiz mal a ninguém, nem mesmo entendo por que elas fariam isso."

Sua licença de ensino foi revogada, foi demitido da escola, as 'vítimas' e suas famílias exigiram indenizações e insultos, os olhares estranhos das pessoas ao redor, o desprezo e as críticas dos vizinhos, e sua mãe adoeceu por causa dessa situação.

Uma coisa após a outra, uma situação atrás da outra, tudo pesando sobre ele, deixando-o sem fôlego.

Zenaldo relembrou o ocorrido, e falou lentamente.

“Naquele dia, a aluna Ilana Camara torceu o pé e raspou o braço, não havia ninguém por perto, e como professor, naturalmente era meu dever levá-la ao posto de saúde. Chegando lá, o médico de plantão estava ausente, fui procurar álcool e gaze para ela, e quando voltei para tratar dos ferimentos, Ilana...”

Aqui, sua voz falhou, como se fosse difícil falar ou como se ele não pudesse entender.

“Ela agarrou minha mão e puxou, puxou... Justamente nesse momento, a Enfermeira Yasmin e Fausto Neto, entre outros, entraram. Ilana começou a chorar e a gritar por socorro.”

Naquele momento, Zenaldo ficou verdadeiramente atordoado.

Primeiro, a ação repentina de Ilana o assustou. Antes que pudesse retirar sua mão, a porta se abriu e ele foi visto pelos outros, naquele momento mil bocas não conseguiriam explicar a situação.

“Eu, eu realmente não fiz esse tipo de coisa desprezível.” Zenaldo se apressou em se defender, temendo que Otilia Salazar não acreditasse nele.

“Eu tenho uma namorada, temos um bom relacionamento. Por causa disso, ela terminou comigo.”

Ao mencionar isso, Zenaldo quase chorou.

Claramente, ele tinha boas intenções ao levar Ilana ao posto de saúde, mas quem saberia que ela agarraria sua mão, fazendo todos acreditarem que ele tinha feito algo indevido com ela.

Naquela hora, com tantas pessoas presentes, ninguém acreditou na sua inocência.

Ele foi demitido pela escola, teve sua licença de ensino revogada, a família de Ilana não o deixou em paz, querendo processá-lo. Se ganhassem o processo, ele ainda enfrentaria a prisão.

“Senhorita, eu realmente não fiz isso. Eu juro para o céu.” A voz de Zenaldo engasgou várias vezes, e seus olhos ficaram vermelhos.

Ele vinha de uma família monoparental, apenas com sua mãe em casa. Se ele fosse realmente condenado, quem cuidaria de sua mãe?

Sra. Monteiro parecia desapontada, mas tentou se animar, “Não se preocupe comigo, vá atendê-los.”

“Mãe, eu ainda tenho dinheiro, vamos ao hospital.” Zenaldo viu a palidez de sua mãe e implorou.

Sra. Monteiro balançou a cabeça, determinada, “Ir ao hospital para quê? Isso é só uma velha doença. Guarde seu dinheiro para se casar. Quando tiver tempo, vá procurar Clarice, peça a ela que te perdoe.”

“Mãe, eu entendi.”

Quando Zenaldo saiu do quarto, não havia mais sinal de Otilia Salazar, apenas algumas notas de cem reais a mais na mesa, junto com um bilhete.

【Professor Zenaldo, você está ocupado, nós vamos embora agora.】

Zenaldo olhou para os quinhentos reais na mesa, sentindo um calor no coração.

A colega Otilia Salazar deve ter percebido a situação difícil da sua família.

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