Escondida no canto, Rosalina, ao ouvir o barulho, levantou a cabeça e, ao ver alguém se aproximando, imediatamente encolheu-se, tentando tornar-se o mais invisível possível.
Um medo profundo começou a crescer dentro dela.
Os passos foram ficando mais próximos, até que um par de sapatos de couro bem limpos apareceu diante de seus olhos.
Era uma cena terrivelmente familiar.
O recém-chegado usou um longo bastão para levantar os cabelos que cobriam seu rosto, expondo uma face enrugada e envelhecida, desagradável de se ver, até mesmo repulsiva, mas era nos seus olhos turvos, cheios de medo, que se via alguma humanidade.
"Levem-na." O homem pronunciou brevemente.
Rosalina tentou resistir, mas seu corpo fraco mal conseguia se mover.
Os dois homens se aproximaram sem expressão e, ao chegar perto de Rosalina, franziram levemente a testa, incomodados com o mau cheiro que vinha dela.
Depois de arrastá-la para fora, a van não partiu imediatamente. Vários homens vestidos de preto nocautearam todos os moradores de rua presentes e despejaram galões de gasolina por todo o terreno abandonado.
O líder pegou um isqueiro, a pequena chama tremulava ao vento, e com um leve toque, o isqueiro caiu no chão, transformando uma pequena faísca em um grande incêndio.
O terreno abandonado transformou-se num inferno de fogo, cercando os moradores de rua.
Dentro da van, Rosalina assistiu a tudo, tremendo, enquanto as chamas refletiam em seus olhos, despertando memórias trágicas.
"Soluços dolorosos e tristes escaparam de seus lábios."
Sua filha.
Sua Lorena.
As pessoas na van, incomodadas com seus soluços constantes, um deles avançou e, com um golpe rápido, a nocauteou.
O silêncio tomou conta do veículo, que rapidamente deixou para trás o terreno agora em chamas.
Pouco depois da van branca partir, dois homens, braços dados e falando enrolado, aproximaram-se.
"Eu disse para você beber menos."
"Ah, estou feliz. Minha esposa finalmente engravidou."
O homem agora completamente sóbrio tirou o celular e reportou a situação aos seus superiores.
Ele até pensou em ocultar o incidente, mas sabia que os membros da organização não eram tolos.
Ele se lembrava bem do que aconteceu com a última pessoa que tentou enganar a liderança.
As informações foram passadas de um para o outro, até chegarem aos ouvidos de Cleiton.
"O quê?!"
Cleiton ficou furioso.
Duas horas atrás, ele ainda tinha perguntado ao chefe se deveriam retirar as pessoas de lá, e agora, parecia que tinha levado um tapa na cara.
Cleiton não perdeu tempo e ligou imediatamente para Zuriel.
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Nota do autor:
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Através de montanhas e mares para a abraçar
Estou adorando a história. Daria para postar mais de 5 capítulos diários?...
Quando vai ter mais capítulos? História é boa....