"Ah! Paulo, expulse esse mendigo imediatamente."
Tobias, usando suas últimas forças, jogou-se aos pés de sua mãe, agarrando-se a suas pernas enquanto chorava com a voz rouca: "Mãe, sou eu. Eu sou o Tobias."
A Senhora Lacerda ficou momentaneamente confusa, olhando com espanto para a figura à sua frente. "Você é o Tobias?"
"Sim, sou eu. Eu senti tanta falta de vocês."
Ouvindo aquela voz familiar, os olhos da Senhora Lacerda encheram-se de incredulidade. "Você, você como..."
Com um lampejo de entendimento, ela olhou ao redor com cautela e ordenou que o motorista o ajudasse a se levantar.
"Aqui não é o lugar para conversarmos. Vamos voltar para casa."
Com essas palavras, ela levou Tobias para o carro.
Dentro do carro fechado, mesmo Tobias estando no banco do passageiro, o cheiro desagradável ainda se espalhava. A Senhora Lacerda o levou para uma casa nos arredores, onde ele pôde tomar banho e tratar todas as feridas espalhadas por seu corpo.
Após cuidar dos ferimentos, ele foi direto para a sala de jantar. Ao ver a mesa repleta de seus pratos favoritos, seus olhos brilharam de alegria e ele começou a comer com voracidade.
A Senhora Lacerda, ao ver o filho naquela condição, não pôde conter as lágrimas de compaixão.
Após satisfazer sua fome, Tobias lembrou-se de algo importante. Ficar no país não era mais uma opção; ele precisava sair do Brasil.
Ele havia considerado se entregar, mas agora que havia uma esperança de vida e uma perspectiva de futuro melhor, a ideia de passar o resto da vida na prisão era inimaginável.
"Mãe, eu preciso sair do país para evitar problemas."
A Senhora Lacerda concordou com a cabeça. "Sim, vamos embora. Mas você já está sendo procurado pela polícia. Como vamos tirá-lo daqui?"
"Temos o Tio Heitor. Podemos pedir a ajuda dele."
A Senhora Lacerda estava ciente das posições das outras partes da família. "E se eles se recusarem a ajudar?"
Uma expressão sombria passou pelos olhos de Tobias. "Se eles não ajudarem, eu me entrego e, assim que entrar, o primeiro que eu denuncio é o Tio Heitor."
Ouvindo as palavras do filho, a Senhora Lacerda percebeu que fazia sentido.
Por que sua família deveria sofrer enquanto a segunda casa da Família Lacerda permanecia ilesa?
A Senhora Lacerda também sentia essa injustiça e apoiou a ideia do filho.
Temendo que qualquer atraso pudesse piorar a situação, naquela mesma noite, a Senhora Lacerda dirigiu-se à antiga casa da Família Lacerda.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Através de montanhas e mares para a abraçar
Estou adorando a história. Daria para postar mais de 5 capítulos diários?...
Quando vai ter mais capítulos? História é boa....