As duas faces do meu chefe romance Capítulo 27

-Tio leão eu quero te pedir uma coisa. –Diz envergonhada me observando receosa.

-Pode dizer princesa. –Ele a observa curioso.

Ela enrola os dedinhos no vestido envergonhada me olhando.

-Pode falar. –A incentivo.

-Eu vou dançar e quero que você vai me ver. –Diz envergonhada.

-Você vai dançar? É claro que vou te ver. –Ele sorri se agachando a sua altura.

-Vai mesmo? –Seu sorriso cresce.

-Sim.

-Eba... –Ela o abraça feliz enroscando os bracinhos em seu pescoço.

-Vai ter a apresentação do dia dos pais na escola. –Explico.

-Vou amar vê-la dançar minha princesa. –Ele deixa um beijo em sua bochecha. -Princesa agora o tio leão preciso conversar com a mamãe você pode brincar com a Maria um pouquinho? –Ele pergunta a observando.

-Quero ficar com o você. –Diz manhosa.

-Prometo brincar muito com você depois, mas você tem que ficar com a tia Maria agora. –Ele beija sua bochecha.

-Faço o que tio leão está pedindo minha princesa. –Sorrio para ela que me observa pensativa.

-Eu tenho bonecas lindas no meu quarto quer ver? –Maria diz sorridente e o interesse de Daisy se volta para ela.

-Vou ficar com a tia Maria. –Ela solta Layonel segurando a mão da Maria que a esperava.

As duas seguem por um corredor enquanto observo Layonel com os braços cruzados.

-Fui trocado por bonecas. –Ele semicerra os olhos pensativo.

-Com certeza foi. –Acabo rindo.

Seus olhos verdes curiosos se voltam para mim e somente agora percebo que não estou totalmente preparada para falar tudo.

-Aceita mais vinho. –Ele oferece com a garrafa na mão.

-Por favor. –Seguro a taça me encostando no balcão da cozinha.

Assim que ele termina de colocar o líquido na taça a viro de uma vez sem nem mesmo degusta-lo, meu coração palpita e minhas mãos soam. Eu realmente precisava de algo para me encorajar a contar tudo.

-Ei, nada de vinhos para você. –Ele fecha a garrafa e faço uma careta.

-Estou nervosa. –Confesso.

-Está com medo de mim? –Pergunta incerto.

-Não. –Sorri e vejo a alivio se instalar em seus ombros tensos.

A minha frente não tem mais um homem brincalhão como a poucos minutos, agora vejo um homem de negócios pronto para ouvir tudo o que eu tenho a dizer.

-Apenas quero te ajudar Hana. –Ele encosta na mesa a minha frente me observando.

-Preciso ter certeza que você não fará nada sem a minha permissão. –Falo preocupada.

Ele pondera o meu pedido.

-Tudo bem, não farei nada sem suas ordens. –Ele concorda.

-Bom, como você já sabe fui traída pelo meu ex-marido. –Ele assente de braços cruzados me observando silencioso. -Seu nome é Ivan e depois da separação legal na justiça ele simplesmente sumiu me deixando com Daisy.

-Você não sabe onde ele possa estar? –Pergunta surpreso.

-Não. – Suspiro. - Já fui até a delegacia prestar queixa. Ele é procurado por não pagar pensão, mas até agora não temos nenhuma informação.

-Você quer encontra-lo?

-Quero apenas por um motivo. –Meus batimentos cardíacos se aceleram.

-Você o ama Hana? –Pergunta curioso.

-Não. –Rio irônica. –Não mais.

-Conte-me o que lhe aflige. –Seus olhos verdes observam os meus movimentos com cuidado.

-Não farei nada que não queira, mas vou pedir que meus advogados analisem o caso e entrem como uma ação contra o banco, afim de diminuir ainda mais essa dívida. Quanto a outra casa estamos de mãos atadas, ele foi esperto e pelo que vejo não podemos fazer nada.

-Você promete que não vai usar seu dinheiro? –Pergunto desconfiada.

-Claro que eu posso resolver isso de uma maneira simples quitando tudo, mas se você não quer então eu não farei. –Ele observa meus olhos acariciando minhas costas com a mão.

-Obrigada! –Sussurro o abraçando.

Ele beija o topo da cabeça e ficamos abraçados até que finalmente acalmo minha respiração, mas sinceramente não quero solta-lo.

Layonel se mantém calmo, mas as batidas do seu coração estão descompassadas, posso sentir os batimentos do seu coração em meu rosto encostado em seu peito. Seu corpo está rígido e ele tenta me passar uma calma que no momento ele não tem já que está visivelmente irritado.

Sei que a culpa de tudo isso é de Ivan, mas não quero que Layonel se envolva com ele ou tente encontra-lo. Quero apenas viver uma nova vida de paz e harmonia com minha filha.

Layonel é um sonho, mas eu não posso deixar as expectativas crescerem dentro do meu peito. Ele é um homem rico de trinta e seis anos que está solteiro, o máximo que teremos é um caso que iniciará uma grande repercussão me expondo para o Brasil a fora e eu não posso me dar esse luxo.

Antes eu tivesse a certeza de que um relacionamento com ele me levasse a uma união estável onde eu realmente pudesse dar um pai a Daisy e eu tenho mais do que certeza de que ela amaria tê-lo como pai, mas as coisas não são assim e eu preciso de um relacionamento sério e concreto, sem dúvidas ou incertezas.

Pensar nisso tudo dói. Dói porque ele é um homem surpreendente e talvez eu esteja criando barreiras onde não existem, mas ele é uma pessoa fechada que não deixa eu me aproximar. A cada dia que se passa mesmo com essa distância me sinto apaixonada.

Apaixonada pelas duas faces do meu chefe.

Pelo homem brincalhão e sorridente e até mesmo pelo homem sério, fechado e solitário.

Passo a mão em seu peito dobrando a gola de sua camisa por cima do terno escuro, afrouxo sua gravata e quando vou desabotoar o primeiro botão de sua camisa ele me impede.

-Você deveria vestir roupas mais leves. –Passo as mãos por seus braços fortes.

-Eu adoraria. –Ele sorri. –Mas me acostumei a viver assim.

-Você não sabe mentir. –Sussurro observando seus olhos verdes.

-Como pode afirmar isso? –Ergue uma sobrancelha duvidoso.

-Porque essas roupas te incomodam, você as odeia, odeia as gravas, odeia as abotoaduras, os ternos e as camisas de gola alta. Você odeia roupas apertadas que prendem seus movimentos, odeia roupas sociais Layonel, mas usa a todo instante como se isso pudesse esconder suas verdades.

Seus olhos verdes surpresos se desviam dos meus incomodados.

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