Jéssica Rocha observava os olhos de Edson Galvão enquanto falava, notando como suas pupilas desviavam o olhar de maneira claramente artificial.
“Você nunca imaginou que perderia o controle tão rapidamente. Foi ingênuo ao acreditar que poderia manter essa fachada por muito tempo. Quando sua família começou a exigir que você agisse, você hesitou. Minha frieza foi apenas um pretexto conveniente, Edson. Você já tinha decidido que aquele encontro com Vanessa Barbosa aconteceria, e não importava o que eu fizesse. O único ponto fraco no seu plano fui eu, que não me comportei como você esperava. Você toma a minha frieza como uma desculpa. Mas a verdade é que você é um covarde, escondendo suas intenções podres atrás de uma fachada de vítima.”
“Esse tipo de truque barato, eu já vi quando tinha três anos. Devo te agradecer, pois foi você quem me fez entender novamente que um relacionamento onde as partes não estão em igualdade é, por si só, um erro.”
“Depois disso, com a união entre as famílias Galvão e Barbosa, vocês se fortaleceram juntos, e a empresa familiar prosperou. Enquanto pessoas simples como eu buscam apenas o básico: ter o que comer, um teto sobre a cabeça e viver sem preocupações com as necessidades básicas. Mas, Edson, chegou a hora de encarar a realidade: esse relacionamento vazio, baseado em manipulação e conveniência, termina aqui.”
Jéssica Rocha não hesitou mais e se virou para ir embora. No momento em que seus dedos quase tocaram a maçaneta, A voz de Edson cortou o silêncio como uma lâmina: ‘E o orfanato, Jéssica? Você vai simplesmente fingir que não existe?’”
Jéssica Rocha parou com a mão na maçaneta e se virou para olhá-lo novamente. “O que você quer dizer?”
Edson Galvão arrancou abertamente a camisa do colarinho, abandonando toda a sua anterior compostura.
Mesmo até o osso, ele exalava um ar de libertinagem.
Ele calmamente pegou alguns cubos de gelo do balde e despejou uma dose de licor forte, acenando para Jéssica Rocha se aproximar. “Vem, vamos conversar.”
Jéssica Rocha sentou-se, colocando a pintura de lado. “O que você quer dizer?”
“Isso mesmo, eu já tinha planejado fazer de você minha amante secreta desde o começo. Mas você se mostrou mais firme do que eu imaginava, não me dando nenhuma chance. No entanto, você deixou escapar um detalhe.”
Edson Galvão olhou para ela com um olhar carregado de significado. “Você nunca se perguntou por que suas pinturas em pedra, algo que quase ninguém valoriza, de repente ganharam tanto espaço? Ou por que alguém estaria disposto a pagar tão caro por algo que não tem mercado? Por causa daquele prêmio que você ganhou?”
“Você realmente achou que ganharia o primeiro lugar assim tão fácil? Aquele prêmio já estava reservado para outra pessoa, eu é que manipulei os jurados e aumentei o valor do prêmio para um milhão.”
“Então, vamos parar com isso e venha comigo. Tudo isso pode ser resolvido.”
Edson avançou lentamente, como um predador que encurrala sua presa. A proximidade entre o sofá e seu corpo era uma prisão disfarçada de desejo.
Apenas olhando para seu rosto incrivelmente atraente e sentindo o leve perfume dela já era suficiente para enlouquecê-lo, acelerando seu coração.
Edson Galvão, com a voz trêmula de emoção, disse, "Jecy, desde que você aceite, eu posso cuidar de todos no orfanato."
"E o que você quer em troca? Que eu me torne sua amante?"
Edson fechou os olhos por um breve momento, lutando para conter a excitação e a ansiedade que lhe subiam à garganta. "Não uma amante, Jecy... Quero você como meu amor verdadeiro, algo que ninguém mais pode ter."
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