Jéssica Rocha lançou um olhar furtivo para o homem ao seu lado, cuja mão esquerda repousava sobre o apoio do carro, ostentando um relógio de pulso cujo valor parecia estar além de qualquer estimativa convencional.
Era, sem dúvida, um homem respeitável e distinto, mas quem diria que, em segredo, ele poderia ser tão... libertino.
Enquanto ela, com as bochechas ruborizadas, lutava para encontrar palavras, limitando-se a ajustar a tira do seu sapato sem emitir um som, a tensão entre eles era palpável.
Jéssica Rocha, temendo que ele iniciasse mais truques de acelerar o coração, instintivamente se encostou mais à porta do carro, evitando qualquer contato com ele.
Felipe Garcia e Jéssica Rocha mal trocavam palavras, deixando que os dois à frente tomassem conta do diálogo animado. Aqueles dois conversavam incessantemente, como se estivessem imersos em uma conversa encantadora.
Muitas mulheres passam a vida esperando que o chamado marido amadureça, mas, na verdade, a maioria dos homens apenas envelhece, mantendo uma mentalidade infantil, caprichosa, brincalhona e egoísta.
Mariana Leme, por outro lado, era um caso à parte; ao contrário das mulheres com quem ele havia se envolvido anteriormente, ela combinava ingenuidade e romantismo com uma certa imaturidade.
De certo modo, eles combinavam, compartilhando muitos interesses em comum.
O anime que assistiam na infância, o luto pela morte de seu autor de quadrinhos favorito.
Um contraste marcante com a quietude dos dois no banco de trás.
Até que o carro parou e Jéssica Rocha foi a primeira a abrir a porta e sair.
O vento da tarde, seco e leve, começava a suavizar o tumulto que se acumulava em seu coração.
Mariana Leme tentou acompanhá-la, mas Sérgio Pimentel a puxou para perto.
Eles caminhavam de mãos dadas, trocando olhares doces, até mesmo seus passos soavam leves.
Era como se estivessem em perfeita harmonia com o dito que afirmava: "O início é sempre maravilhoso, todos pensam que a paixão nunca diminuirá."
O que há de mais belo está no começo.
Como um bebê recém-nascido, o sol da manhã, o instante em que a flor da noite se abre.
Até seus pais, ela acredita, tiveram seu momento de felicidade no início, quando o pai, como um jovem apaixonado, mergulhava de cabeça.
Comprava rosas vermelhas que a mãe adorava, encomendava uma baiana sofisticada especialmente para ela, e proferia palavras carregadas de romantismo sob a lua, em momentos íntimos e bem planejados.
Mas e depois?
Você tenta falar de uma coisa, e ele responde com outra completamente diferente.
Jéssica Rocha apenas o olhou com desdém, sua voz carregada de reprimenda: "Vulgar!"
E então, ela se afastou de salto alto, mas as pontas de suas orelhas brancas como jade estavam visivelmente rubras, e seus passos pareciam um tanto incertos.
Felipe Garcia a seguiu de perto, com uma calma imperturbável.
Sérgio Pimentel havia reservado uma mesa para quatro pessoas. Jéssica Rocha e Mariana Leme se acomodaram de um lado, enquanto Sérgio Pimentel tomou seu lugar de frente para Mariana Leme, deixando um espaço vago.
Felipe Garcia sentou-se lentamente, cada movimento exalando uma aura de distinção.
Estendeu as longas pernas para frente, tocando levemente a perna de Jéssica Rocha com a sua. O tecido do seu terno fazia um contato quase imperceptível com a pele dela.
A sensação de seus corpos se roçando através do tecido, carregando um calor suave, agia como um catalisador irresistível.
Ele parecia querer arrastar Jéssica Rocha para o abismo do desejo.
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