— Se você tiver algo para fazer, vá em frente. — Disse Túlio, enquanto segurava uma xícara de chá.
Era um chá feito com ervas medicinais chinesas. Foi Karina quem pediu para que preparassem para ele, já que os efeitos colaterais dos soníferos eram muito fortes. Este chá tinha um bom efeito; depois de o tomar, Túlio conseguia dormir por três ou quatro horas à noite.
— Eu não sou criança, não preciso que alguém fique me cuidando o tempo todo.
Na verdade, ele sabia que Karina iria embora, mas voltaria. Onde havia expectativa, havia esperança também.
Karina se virou para ele:
— E se eu te disser que não estou com pressa de fazer outras coisas, mas sim com medo de que o tempo passe rápido demais?
— O quê? — Túlio ficou surpreso. — O que quer dizer com isso?
Karina balançou a cabeça:
— Eu também não sei o que quero dizer, nem sei o que quero.
Karina estava bastante confusa naquele momento. Ela não explicou claramente, mas Túlio suspeitava que tinha a ver com Ademir.
— Vocês brigaram? Por minha causa?
— Não pense demais. — Karina sorriu. — Não brigamos. Inclusive, combinamos de almoçar juntos.
Ela apontou para o carro na entrada do hospital.
— O Ademir está esperando para me levar à empresa dele.
Isso não era ótimo? Mas Túlio sentia que Karina ainda parecia insatisfeita. Embora no passado ela e Ademir tivessem momentos de desentendimento, ela nunca havia mostrado essa expressão.
De repente, Túlio entendeu. Seu coração apertou um pouco, e ele falou com dificuldade:
— Karina, você se apaixonou por ele.
Isso não era uma pergunta, mas uma afirmação.
Karina olhou para ele, atordoada. Ela se apaixonou por Ademir?
— Sim. — Ela não falou, mas Túlio pôde entender seu olhar e assentiu seriamente. — Você se apaixonou por ele.
Porque Túlio também foi amado por Karina. Portanto, ninguém sabia melhor do que ele como Karina parecia quando se apaixonava por alguém.
— Karina. — Túlio continuou. — Eu não sei o que aconteceu entre vocês, mas, se você ama, deve se esforçar para ficarem juntos... Assim, você não se arrependerá mais tarde. Não como eu.
— Pode ir. — Túlio incentivou. — Já está tarde, ele deve estar ansioso te esperando. Deixe ele ansioso por um tempo, apenas um pouco.
— Acabei de sair do carro e já entrei em um ambiente aquecido, como poderia estar com frio?
Karina esfregou o estômago:
— Vamos rápido, estou com fome.
— Certo. — Ademir a abraçou enquanto caminhavam para dentro, hesitou algumas vezes, mas acabou perguntando. — O que conversou com o velho amigo? Por que demorou tanto?
— Não conversamos muito, estávamos tomando sol. — Karina levantou a cabeça em seu abraço. — Eu estava com medo de atrapalhar seu trabalho, então esperei até o meio-dia para vir.
— Não precisa. — Ademir ficou feliz. — Da próxima vez, venha mais cedo. Como pode ter medo de incomodar seu próprio marido? Ficar na casa dos outros é que é incomodar.
Karina não disse nada, apenas sorriu levemente.
Durante o almoço, Karina continuou em silêncio.
Ademir continuou a preparar a comida para ela, olhando para ela com apreensão:
— Quando estiver satisfeita, pode dormir aqui. À noite, voltamos juntos.
— Não. — Karina balançou a cabeça e comeu um pouco de arroz. — Não gosto da varanda do seu escritório. Vou voltar para a casa.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
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