O quê?
Vitória ficou paralisada, sem acreditar no que ouvia.
Ele continuou:
— Fui eu que insisti com ela. Com muita dificuldade, consegui que ela aceitasse me dar uma chance...
— Chega. Basta! Não diga mais nada. Eu não quero ouvir. — Vitória o interrompeu de repente, enquanto as lágrimas escorriam sem parar. Chorando, ela disse. — Como você teve coragem de fazer isso comigo? Você não sabia o que eu sentia? O que eu queria?
Ademir permaneceu em silêncio.
— Você sabia, não sabia? — Vitória falou entre lágrimas, com um sorriso amargo. — Mesmo assim, teve coragem de me dizer palavras tão cruéis!
Ademir franziu as sobrancelhas, mas não respondeu.
Porque, naquele momento, qualquer explicação era inútil.
— Ademir, fale alguma coisa! — Os olhos de Vitória estavam tomados por lágrimas, e ela o olhava com tristeza. — Você não tem nada para me dizer?
— Me desculpe. — A garganta de Ademir se contraiu, e ele repetiu. — Me desculpe.
Vitória ficou atônita.
“É só isso o que ele tem a dizer? Apenas um 'me desculpe'? Nem sequer uma explicação?”
De nada adiantava dizer mais.
Por mais que se falasse, a dor não diminuía.
— Seu ferimento acabou de cicatrizar, você não pode se esforçar demais. — Disse Ademir. — Vou chamar a enfermeira para te levar de volta ao quarto.
— Ademir! — Quando ele se virou, Vitória o chamou.
Ele apenas parou, mas não se virou.
— Você esqueceu de tudo? Tudo o que houve entre nós, você realmente conseguiu esquecer?
Ademir continuou em silêncio, sem olhar para trás.
Ele não respondeu diretamente, apenas disse:
— Vitória, o que passou, passou. Neste mundo em que vivemos, só podemos seguir em frente. Não existe caminho de volta.
E, ao terminar, se afastou a passos largos.
— Ademir! — Vitória tentou chamá-lo, mas não conseguiu detê-lo.
Ela riu, impotente:
— Não existe caminho de volta? E você e a Karina, então?
Tinham prometido o divórcio... Por que estavam juntos de novo?
Karina compreendeu de imediato. Era por causa da Vitória, não era?
Ao vê-lo chegar sozinho, ficou claro que ele havia encerrado tudo com Vitória de uma vez por todas.
Ele não disse nada, mas a dor em seus olhos era evidente...
Karina franziu a testa.
“Tão triste assim? Então... Esse fim é mesmo um fim de verdade?”
Ela se forçou a não pensar demais.
Sabia bem o que era isso.
Se lembrou de quando abriu mão de Túlio, também havia sido uma dor enorme.
Karina ergueu lentamente os braços e retribuiu o abraço, com delicadeza.
Na esquina do corredor, sentada em uma cadeira de rodas, Vitória observava os dois abraçados. Seu olhar era sereno.
Que piada...
Ela ficou com o corpo coberto de cicatrizes, se tornou uma mulher feia, perdeu o homem que amava... E, no fim, não conseguiu nada.
Enquanto Karina... Não perdeu nada. E ainda assim, ganhou tudo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...