Karina baixou a cabeça, e sua voz estava baixa.
Ademir não conseguia ver o rosto de Karina, tampouco perceber suas emoções.
Mas, sem precisar olhar, sabia que Karina não estava feliz.
Entre eles, ainda existia um grande problema: Vitória.
Nenhum dos dois mencionou Vitória, pois não era um assunto agradável.
Ademir não se explicou mais, porque já havia feito isso várias vezes antes.
Ele havia admitido o que precisava admitir, e prometido o que tinha de prometer.
Agora, restava apenas agir para provar a Karina que ele era digno de confiança.
Ademir segurou a mão dela:
— Você realmente quer que eu vá?
Karina levantou os olhos e, com um sorriso irônico, disse:
— Se eu disser que não, você vai embora mesmo assim?
— Eu te perguntei primeiro. — Ademir não respondeu de imediato. — Responda-me primeiro.
Karina ficou sem palavras. Não sabia o que responder.
Antes, ela teria dado qualquer resposta com uma atitude indiferente, como se não fosse algo com ela.
Mas agora era diferente.
Karina decidiu que queria ficar com Ademir.
Quando duas pessoas estão juntas, há muitas mais coisas a se considerar.
Lógico que Ademir estava certo. Sob o ponto de vista dele, ele realmente deveria ir.
Não era mais uma questão de sentimentos passados, mas de responsabilidade.
Vitória estava tão machucada por causa dele.
Por isso, quando Vitória sofreu a queimadura, foi Karina quem sugeriu que eles se separassem...
Ela não queria trilhar um caminho incerto.
Mas agora... A situação era outra.
Karina tocou instintivamente sua barriga, mordeu os lábios:
— Eu não sei.
No fim, ela não conseguiu dizer uma mentira, não conseguia fingir ser generosa.
— Sente o cheiro. — Ademir se aproximou e inspirou profundamente. — Acho que estou sentindo o cheiro de ciúmes.
O coração de Karina disparou, incontrolavelmente acelerado.
Sem tempo para refletir, já foi puxada por Ademir para sair do carro.
Chegaram ao setor de queimados.
— Saíam! — Uma voz feminina, aguda, gritou, seguida pelo som metálico de instrumentos e vidro quebrando, acompanhado de várias outras colisões agudas e confusas.
Só de ouvir, a expressão de Karina se fechou em desagrado.
— Srta. Vitória, o curativo precisa ser trocado!
— Eu não vou trocar! — Vitória, com os olhos vermelhos, apontou para a porta. — Eu disse para vocês saírem! Ouviram? Saiam!
Sem nada mais para jogar, pegou o travesseiro e atirou na cabeça da enfermeira.
As enfermeiras, já cansadas de tentar acalmá-la, se viraram e saíram do quarto:
— Que pessoa, se acha a última bolacha do pacote. Nem Deus faria isso!
— Fala baixo, vai que ela é a mulher do Sr. Ademir...
— Ah, esse Sr. Ademir é interessante... Como ele se apaixona por esse tipo de mulher?
— Parece que os dois têm o mesmo caráter, né?
— O homem se apaixona por outra mulher, mas não tem nada a ver com a aparência da esposa, é que o homem é um canalha!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...