Abri meus olhos, um tanto incrédula, e olhei para Fábio.
Ele segurava uma mala grande, parecia que estava prestes a viajar a trabalho.
"Você, está de partida para uma viagem de negócios?"
Ouvi minha própria voz, rouca e um pouco nasalada, e rapidamente tentei limpar a garganta com uma tosse.
"Não, isso tudo é para você, comprei algumas medicações, veja com Rafael se podem ser úteis."
Ele colocou a mala ao meu lado, "Tem também algumas coisas que Débora pediu para trazerem, veja o que pode aproveitar."
Seu rosto ainda mantinha um sorriso gentil, mas eu podia perceber, ele parecia exausto, seus olhos estavam cheios de cansaço.
Seu olhar se escureceu ao ver o convite na minha cabeceira.
"Ela esteve aqui?"
Ele casualmente jogou o convite na lixeira, não consegui impedir a tempo, e vi o convite se juntar a uma pilha de cascas de frutas.
Na foto, ele e Joana estavam vestidos de noivos, mas o rosto de Joana estava coberto por uma casca de maçã, deixando apenas Fábio visível.
"Os mais velhos não dizem que não é bom jogar fotos fora assim? Você também está ali."
Eu tentei pegá-lo, mas ele segurou minha mão, "Noémia."
Ele chamou meu nome suavemente, olhei para ele, mas ele não continuou.
Sabia que ele tinha muito o que dizer, provavelmente queria explicar algo, mas não sabia por onde começar.
Havia muitas coisas que ele não podia me contar, também por medo de que eu ficasse preocupada.
Apertei sua mão de volta, "Eu entendo, não precisa dizer nada."
"Como estão seus pais? Eles estão bem?"
Com a família Marques fazendo ameaças, seus pais certamente não estariam bem.
Problemas com os pais, e no final, o filho trocando sua felicidade matrimonial por uma paz momentânea, certamente ninguém estaria bem.
Fábio assentiu e depois balançou a cabeça, como se não soubesse como explicar.
"Cuide bem dela, obrigado."
Fábio lhe acenou com a cabeça brevemente e partiu rapidamente.
Pude ouvir seus passos apressados, ele sempre caminhava de forma organizada, essa pressa certamente indicava que algo havia acontecido.
Quis ir até a janela para vê-lo, mas meu corpo estava muito fraco para sequer me levantar.
Luisa veio rapidamente me ajudar, "Senhorita, para onde deseja ir?"
"Para a janela, quero ver."
Ela me ajudou a ficar de pé junto à janela, e consegui ver Fábio descendo as escadas.
Ele parecia realmente apressado, falando algo ao telefone.
Notei que ele pausou por um momento, e então olhou na minha direção.
Estava longe demais para ver claramente sua expressão, mas o fato de ele ter olhado para mim já era suficiente.
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