Fábio gentilmente enxugou minhas lágrimas, então se levantou e trouxe o mingau.
"Você precisa comer mais para se recuperar rapidamente, o médico disse que você teve sorte, a faca evitou os órgãos vitais."
"O sinal naquela casa estava bloqueado, só recebi sua ligação depois do incidente, desculpe."
Percebi que, inconscientemente, o número que disquei naquela hora era o de Fábio, e isso me deixou um pouco amarga por dentro.
Joana, apesar de não ser inteligente em outros aspectos, foi perspicaz nisso, sabendo como cortar minhas possibilidades de escape.
Pena que ela superestimou Beatriz e subestimou a mim mesma.
Beatriz morreu, e não há quem possa provar por que ela estava me esperando lá.
Joana até poderia alegar total ignorância, ela realmente não conhecia Beatriz, talvez Beatriz tenha entrado lá por engano, o que também parece plausível.
Sem evidências, Joana é inocente.
Comi o mingau distraidamente, com sentimentos misturados, e acabei comendo só metade, não conseguia mais.
Fábio, sem se importar, pegou a tigela e terminou o mingau que havia sobrado.
"Você também não comeu? A empresa está tão ocupada assim?"
Virei-me para olhá-lo e então percebi algo estranho, "Você está hospitalizado? O que é isso!"
Eu puxei seu casaco aberto, e ele estava vestindo uma roupa de paciente por baixo.
Pensando sobre o acidente de carro que ele teve antes, e agora sendo esfaqueado no meu lugar, fiquei um pouco irritada.
"Fábio, você não pode cuidar melhor da sua vida? Você sabe o quanto eu lutei enquanto você estava inconsciente?"
"A família Marinho e a família Martins, qual delas é fácil de lidar? Por que você veio me ver estando hospitalizado? Não tem celular?"
Fábio tossiu embaraçado, "Seu celular não foi levado pela polícia?"
Só então percebi que realmente não tinha meu celular comigo, acordando daquele jeito mal conseguia pensar em procurá-lo.
Ele sorriu levemente e passou a mão no meu cabelo, "Eu peço para o Yago trazer um novo amanhã, não se preocupe."
Eu e Francisca falamos ao mesmo tempo, deixando Fábio ainda mais constrangido.
Francisca me passou um celular, "Vim te trazer isso, para não ficarmos sem contato."
"Vou para casa cuidar das crianças, Fábio parece estar bem, pode ficar de acompanhante."
Antes de sair, ela piscou para mim com força.
Pensar que nós dois estamos incapacitados, e ela piscando não fazia sentido algum.
Mas Fábio de fato ficou, sentando-se de volta no sofá familiar.
"Rindo de quê?" ele perguntou, confuso.
Balancei a cabeça, pensando na questão da família Marinho, e então perguntei, "Seus pais foram resgatados?"
Ele assentiu, mas sua expressão não era das melhores.
Pensando no estado em que seu pai estava, meu coração apertou, "Há algo errado?"
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