Yago, carregando um monte de pacotes, parou na porta do meu quarto, olhando para Francisca com uma expressão embaraçada.
"Desculpa, desculpa mesmo, não foi minha intenção escutar escondido, é que eu realmente não tinha mãos livres para bater na porta."
"Chutar a porta também não seria muito educado, não é mesmo?"
Essa foi a primeira vez que Yago veio me visitar depois que Fábio acordou.
Ele já tinha estado aqui várias vezes antes, já que, estando eu no hospital, onde mais eu estaria?
Ao ver que era ele, o rosto de Francisca ficou ainda mais fechado.
"O que você quer? Veio ver se minha irmã morreu? Para ver se vai atrapalhar o noivado do seu chefe?"
"A noiva dele já foi convidada, disse que é obrigatório ir, ele se acha o rei do pedaço? Um noivado insignificante desses e quer fazer um espetáculo global?"
"Eu já tive filhos, e nem por isso convidei meus ex-namorados para ver, como ele tem cara para isso?"
Vendo que Francisca estava prestes a revelar mais do que devia, rapidamente intervim, "Irmã, deixa ele entrar."
Yago, que sabe se portar, ao ouvir minha voz, agachou-se e passou por baixo do braço de Francisca.
"Renata, isso tudo é... eu comprei para você, são todos suplementos."
"Dr. Marques disse que sua condição não está muito boa, isso tudo é para nutrição, comer bastante só pode fazer bem."
"Uau, seu salário não deve ser baixo, hein? Isso tudo deve ter custado uma fortuna, não?"
Francisca, sem muita paciência, deu um chute na sacola de pepinos-do-mar, "O Grupo Marinho está assim tão lucrativo agora? Talvez eu devesse ir trabalhar lá também?"
Yago rapidamente tentou se desculpar com um sorriso, e a expressão de Francisca finalmente suavizou um pouco.
"Hmpf, vocês que se entendam, vou comprar uma bandeja de frutas."
Ela se levantou, pegando a marmita, "Se minha irmã tiver febre ou desmaiar, vou colocar a culpa em você."
Ela saiu, erguendo o queixo, me dando espaço para perguntar sobre Fábio.
Ao ver que concordei, Yago finalmente relaxou.
Mas, antes de ir embora, ainda fiz questão de dizer, "Eu não vou para o exterior, qualquer coisa, pode me procurar."
Yago olhou para trás, sem acreditar, e depois assentiu com força antes de se apressar a sair.
Esse comportamento dele só me fez ter mais certeza de que havia algo por trás da família Marques.
Um Kleber Marinho sozinho não conseguiria fazer tanto, então só poderia ser alguém por trás dele, mas quem, eu não fazia ideia.
Talvez eu não consiga fazer nada ficando, mas e se eu pudesse fazer algo?
Talvez Fábio precise da minha ajuda, ou da ajuda dos meus amigos?
Com esforço, levantei-me e fiquei na janela, vendo Yago se afastar, e então olhei para a janela do departamento de internação lá atrás.
Eu podia ver o quarto de Fábio de onde estava, ele com certeza também estava na janela olhando.
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