"Fábio." Eu o chamei com um tom de voz suave, mas ele não parou.
Não conseguia descrever o que sentia, apenas fiquei parada, olhando para a porta do quarto do hospital.
Mas entendi uma coisa, ele me reconheceu, mas não queria me ver.
Por quê?
A alegria de vê-lo bem e a frustração por ele me ignorar se misturaram.
Pisquei com força, sentindo um amargo nos olhos.
Luisa, claramente surpresa com a situação, agachou-se ao meu lado.
"Senhorita, não fique brava com ele, ficar deitado por muito tempo pode afetar a mente."
"Talvez ele esteja com miopia e não enxergue bem."
Ela tentava inventar várias desculpas, e eu apenas balancei a cabeça levemente, "Pode ser, vamos voltar."
Os seguranças que estavam conosco me conheciam, todos olhavam para mim com expressões complicadas.
Yago olhou na minha direção, mordeu o lábio e seguiu de volta para o quarto do hospital.
Ninguém falou nada comigo, nem mesmo tentaram explicar.
Mas, o que haveria para explicar?
Afinal, minha relação com Fábio e Débora era apenas de amizade, uma pequena liderança do Grupo Marinho no País E.
Mesmo que ele tivesse um leve interesse em mim, o que isso mudaria?
Não havia posição ou razão para exigir explicações sobre suas ações.
"Senhorita, vamos, é melhor descansarmos um pouco, logo o Dr. Marques vai começar a reclamar."
Assenti levemente, e só então Luisa começou a me levar para longe.
Ela não ousava falar, movendo-se lentamente, temendo que eu me sentisse desconfortável.
"Renata, Renata! Espere por mim."
A voz de Yago soou atrás de mim, Luisa claramente não estava familiarizada com esse nome, e não mostrou nenhuma intenção de parar.
Até que Yago, ofegante, alcançou-me e Luisa o olhou com desconfiança, "Quem é você?"
Minha expressão hesitou por um momento, mas não olhei para trás.
Yago havia tirado uma foto minha às escondidas, fingi não ver.
Foi Fábio quem o enviou, eu entendi.
Fábio certamente tinha seus motivos para não falar ou me ver.
Se era algo contra o qual nem ele podia lutar, por que eu deveria culpá-lo excessivamente? Saber que ele estava bem era suficiente.
Um sorriso se formou em meus lábios, e Luisa, confusa, perguntou: "Vocês estavam falando algum código?"
"Algo assim."
Ela me levou ao prédio onde eu estava internada, e só então olhei para trás.
Já era quase meia-noite, todas as luzes dos quartos estavam apagadas, exceto uma.
Havia uma silhueta escondida na janela, sabia que era Fábio.
Ele estava bem, e isso era o que importava.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após Minha Morte, Aprendendo a Viver Bem
1...
1...
1...
1...
1...
1...
1...
1...
1...
1...