Os olhos de Benícia são todos sorrisos, e seu sorriso é muito mais genuíno.
Ela sempre teve a impressão de que havia algo entre mim e Tomás, e agora, vendo Fábio, é claro que ficou cem por cento aliviada.
Tomás, por sua vez, mantinha um olhar frio sobre mim e Fábio, que franzia a testa, parecendo particularmente descontente com a presença inesperada.
Benícia parecia completamente alheia à estranheza do ambiente e, com muito entusiasmo, colocou suas compras aos pés da minha cama.
"Renata, você realmente está muito fraca, precisa se fortalecer. Isso é tudo para você."
"Há açaí, unha de Gato, enfim, coma bastante dessas, que com certeza vai se sentir melhor."
Ela sorriu alegremente e tagarelou sobre os benefícios dessas coisas para mim.
Eu queria recusar, mas ao ver Tomás com a expressão fechada, também não tinha vontade de falar muito.
Se possível, preferia que eles entregassem os presentes e fossem embora logo.
Tomás encontrou um lugar no sofá de frente para mim e disse, "Sr. Malinho realmente parece estar de folga. Ouvi dizer que está bastante ocupado no país, como encontrou tempo para vir ao Brasil?"
"Sr. Moreira também, não veio desenvolver seus negócios no Brasil? O Grupo Moreira está ficando rico?"
Fábio ajeitou o cobertor para mim e segurou minha mão com cuidado.
Fechei os olhos, sabendo que a infantil disputa verbal entre os homens estava prestes a começar.
Os dois continuaram a trocar farpas, nenhum cedendo ao outro.
Benícia me olhava incerta, com confusão em seus olhos.
Tomás provavelmente sempre se mostrou um cavalheiro na frente dela, nunca agindo dessa maneira, fazendo com que ela o visse com estranheza agora.
Finalmente, sem suportar mais, disse: "Senhores, sou uma paciente, fraca e com a mente turva."
"Se continuarem assim, logo mais nos encontraremos na sala de emergência."
Assim que terminei de falar, senti uma dor aguda em minha mão.
Fábio apertou minha mão com força: "Que bobagem".
É claro que era diferente, anos de amor e casamento.
Depois de tantas idas e vindas, seria estranho se fosse igual.
Mas, olhando nos olhos brilhantes de Benícia, havia certas coisas que eu não tinha coragem de dizer.
Ela me lembrava de mim mesma na época da escola, amando brilhantemente, pensando que Tomás era a pessoa mais digna de amor no mundo.
Eu baixei os olhos, explicando baixinho: "Não há nada entre nós, como já disse, ele é apenas um cavalheiro."
Essa era uma coisa que ninguém que conhecesse Tomás acreditaria, e Benícia também não.
Ela balançou a cabeça levemente, "Não me engane, minha intuição é sempre precisa."
"Quando ele me conheceu, senti que ele estava olhando para alguém através de mim, e seus olhos nunca estavam em mim."
"Renata, ele é diferente com você, ele não é um intrometido, você deveria saber disso."
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