Ao sair do Grupo Moreira, senti um alívio imenso.
Tomás apenas queria que eu participasse da coletiva de imprensa, e naturalmente concordei com seu pedido.
Ele não poderia continuar pagando as contas por alguém como Hugo, que tinha tão pouco valor para ser explorado.
O homem agarrado em suas mãos era apenas um peão para me segurar.
Yasmin me olhou várias vezes, querendo falar, mas se segurava, até que finalmente falou ao entrarmos no carro.
"Sr. Barroso, você está bem? O que aconteceu no escritório..."
Eu sabia o que ela poderia ter percebido, mas eu não queria explicar.
"Não se preocupe, a cooperação vai continuar, o Grupo Moreira não vai fazer um negócio perdedor."
Se o projeto não avançasse, o Grupo Moreira também perderia dinheiro.
Danificar o inimigo em mil, para se prejudicar em oitocentos, não é algo que ele faria se pudesse evitar.
Yasmin suspirou aliviada, "Que bom, que bom."
"Sr. Barroso, você é incrível, senão estaríamos realmente perdidos."
Sorri sem jeito para ela, não me sentindo nada incrível.
Se não fosse por mim, talvez o Grupo Barroso não teria enfrentado tantos problemas agora.
Olhando para a paisagem familiar do lado de fora da janela, eu só sentia uma tristeza em meu coração.
No dia seguinte, fui sozinho à coletiva de imprensa, sem avisar ninguém.
"Noémia, você chegou bem cedo, até preparei um vestido para você."
Ele rapidamente mandou alguém me maquiar, mas eu imediatamente levantei a mão para impedi-lo.
"Não é necessário, eu não vou aparecer, já tínhamos combinado."
Eu sabia que ele tentaria de alguma forma fazer com que me fotografasse, mas minha presença já era suficiente.
Tomás parecia um pouco desapontado, mas logo sorriu, "Sim, já tínhamos combinado."
"Você está bem do jeito que está, minha Noémia sempre é a mais linda."
Ele gentilmente arrumou minha peruca, e eu soltei uma risada leve.
"Não force, senão minha calvície vai chamar atenção."
Sua mão fez uma pausa e parecia haver um brilho de repulsa em seus olhos.
Não seria difícil trazer Hugo de volta e mandá-lo de volta novamente.
"Tomás, eu só vou cooperar com você desta vez."
Tomás apenas arqueou uma sobrancelha, sem responder, mas acenou para a porta.
Um homem de meia-idade empurrando um carrinho de bebê se aproximou, e eu instintivamente me afastei.
"Noémia, veja, esta é a nosso Afonso."
"Tão magra quanto você, vocês duas precisam comer mais."
Ele brincava feliz com a criança, "Afonso, olha, esta é sua mãe."
"Eu não sou."
"Tomás, eu só vou ajudar você desta vez, não traga essa criança para perto de mim novamente."
Levantei-me e sentei-me longe, sem querer olhar para a criança.
Tomás deu de ombros, "Sem problemas, fique tranquila, esta vez já é suficiente para eu derrubar o Júlio."
"Noémia, ninguém mais vai me impedir no futuro."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após Minha Morte, Aprendendo a Viver Bem
1...
1...
1...
1...
1...
1...
1...
1...
1...
1...