"Tem certeza?"
Fiquei um tanto surpresa por ser ele a me ligar, e não outra pessoa.
Rafael soltou uma risada irônica. "Com uma bela ao lado, quem saberia quem é essa Sra. Moreira?"
"Venha logo, algo está estranho com seu marido."
Ele não explicou claramente as palavras e simplesmente desligou.
Eu e Vicente nos entreolhamos por um momento, antes dele rapidamente pegar seu casaco.
"Cunhada Noémia, vamos, depressa!"
Respondi então, saindo correndo do escritório atrás dele.
Durante o caminho, senti uma mistura de alegria e ansiedade.
Não entendi o que Rafael quis dizer com Tomás estar estranho.
Fora o fato de ter raspado a cabeça e passado por uma cirurgia, o que mais poderia estar errado?
Será que ele tinha desenvolvido paralisia facial devido a danos nervosos?
Ou talvez, como Stephen Hawking, somente sua cabeça podia se mover, e o resto do corpo estava imobilizado?
Enquanto eu estava divagando, cheguei ao hospital.
Na sala do hospital, todos estavam presentes, e ao lado de Tomás havia uma mulher.
Ela gentilmente limpava seu rosto e lhe dava água, enquanto Tomás a olhava com um olhar cheio de ternura, sorrindo suavemente para ela.
Nesse momento, fiquei paralisada no lugar, sem saber como entrar.
Vicente, ao meu lado, também hesitou antes de falar, "Irmã Beatriz Gomes? O que faz aqui?"
Foi então que todos nos notaram.
Beatriz rapidamente acenou para mim, com os olhos arregalados.
"Noémia, venha aqui, rápido!"
Ela parecia embaraçada, fazendo sinais com os olhos.
Tomás, por outro lado, apenas a observava, tentando pegar sua mão.
Beatriz rapidamente deu um passo para o lado, deixando Tomás com uma expressão de tristeza.
Tomás olhou confuso para Tânia.
"Tia Tânia, seja mais respeitosa. Ainda não me casei."
"Mas, se Beatriz aceitar, eu não vejo por que não."
Beatriz se encolheu um pouco e veio até mim, depois apontou para mim.
"Tomás, olhe bem, quem é ela?"
"Ela, preste atenção, abra bem os olhos."
Cerrei os punhos nervosamente e olhei para Tomás também. Eu havia pensado em um milhão de possibilidades, pensado que ele poderia ter paralisia facial, que ele poderia estar imobilizado.
Mas eu nem tinha pensado na possibilidade de ele me esquecer.
Tomás olhou para mim com cuidado, um pouco impaciente.
"Ela não é a Noémia Barroso?"
Ao ouvi-lo dizer isso, todos soltaram um suspiro de alívio.
Mas no segundo seguinte, ele disse: "Ah, a sua colega de quarto, certo? Eu sei, a que sempre trazia lanches para você?"
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