Pensando no que Tomás me disse, minhas sobrancelhas saltaram sem motivo.
Era mesmo por causa do dinheiro.
Se esse dinheiro fosse meu patrimônio antes do casamento, então não teria nada a ver com Tomás.
Ele certamente pensava em me fazer divorciar de Tomás, e depois encontrar alguém para me eliminar, tornando-se assim o único herdeiro e conseguindo o dinheiro.
Mas isso levaria tempo, Tomás e eu estávamos casados há tantos anos, que levaria um ano ou dois para dividir a propriedade e entrar com uma ação judicial de qualquer maneira.
Se fosse esperar por Francisca se estabilizar na família Moreira para conseguir o dinheiro e resgatar seu filho, provavelmente o filho dela já estaria em pedaços.
Ele já não podia mais esperar.
Mas, se fosse meu patrimônio antes do casamento, a história seria outra.
O fundo está no exterior, e certamente não conseguiriam verificar meu estado civil lá fora.
Depois, com minha certidão de óbito provando que ele é meu tio e, com Gustavo ao seu lado, ele poderia reivindicar o dinheiro sem problemas.
Especialmente agora que Inês ainda estava em suas mãos...
Quanto mais pensava, mais via possibilidade nisso, senão por que ele enfatizaria tanto que era um patrimônio antes do casamento?
Não compartilhei muitos detalhes com ele, apenas pedi que me encontrasse na Cidade T.
Mas, após desligar o telefone e voltar, descobri que Inês Dias havia desaparecido.
Procurei ao redor e não a encontrei, então perguntei às pessoas próximas.
“Desculpe, vocês viram a garotinha que estava comigo? Aquela com tranças sujas.”
“Parece que ela está menstruada, acabou de pegar um tampão emprestado de mim, ela deveria ir ao banheiro.”
Uma garota na mesa ao lado apontou na direção do banheiro, e eu corri para lá imediatamente.
Agora, com duas pessoas-chave neste boteco, ambos corremos perigo.
Por algum motivo, sentia que algo ruim aconteceria e, instintivamente, ativei o compartilhamento de localização no meu celular e, sem que ninguém percebesse, escondi-o na minha roupa íntima.
Mas, ao chegar no banheiro, fui imediatamente nocauteada.
No momento antes de apagar, refleti sobre como, desde que voltei ao país, ser sequestrada havia se tornado algo rotineiro.
"Se a polícia a encontrar um dia, você quer morrer? Não me arraste junto, ela é uma Senhora de uma família rica!"
O homem que foi chutado cuspiu com força e me deu outro chute.
"Que droga, tanto trabalho e não posso nem tocar."
Quando ele ia continuar, uma voz familiar soou.
"Quem você pensa que vai tocar?"
A voz irritada de Tomás soou e eu lentamente abri os olhos para ver que ele estava chutando o homem na virilha do homem que ele tinha acabado de chutar.
Ele sempre lutava assim quando estávamos na escola, todos diziam que ele lutava sujo, mas ninguém conseguia vencê-lo.
Os seguranças que o acompanhavam também correram para ajudar, rapidamente dominando os dois homens.
“Noémia, você está bem? Eu estou aqui, cheguei.”
Tomás me abraçou apertado, e minhas lágrimas finalmente escaparam, soluçando em seus braços.
“Tomás, você pode me desamarrar primeiro?”
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