Parecia um convite para pescar, mas a verdadeira intenção estava longe de ser apenas isso.
Sebastião, digno de um líder, falava com eloquência e precisão, sem deixar escapar nenhum detalhe.
Em suma, ele nos assegurou que o projeto era completamente seguro e que poderíamos trabalhar juntos sem preocupações e que haveria algum subsídio vindo de cima.
E claro, esse dinheiro também seria entregue, sem condições, à família Barroso e a Tomás.
Já que o propósito não era realmente pescar, eles mal conseguiram pegar um peixe sequer.
Por outro lado, eu, uma novata, acabei pescando vários peixes grandes.
Sebastião me olhou com um sorriso enigmático, “Sra. Moreira, parece que está com sorte de principiante, impressionante.”
Mantive meu sorriso profissional, concordando com ele apenas superficialmente.
Assim que pensei que os dois homens à minha frente poderiam ser os assassinos do meu pai, mal podia esperar para empurrá-los para baixo e alimentá-los com os peixes.
À noite, durante o banquete com os peixes que pescamos, eles bebiam alegremente enquanto eu me mantinha sóbria, bebendo apenas refrigerante.
Pensava que, com a parceria já acordada, eles não tentariam mais nada contra nós, mas eu e Tomás fomos drogados.
Durante o jantar, comecei a me sentir cada vez mais sonolenta.
A princípio, pensei que era por causa do calor do ambiente, mas então Tomás de repente segurou minha mão firmemente, fazendo-me perceber que algo estava errado.
Instintivamente, levantei-me dizendo que precisava ir ao banheiro e liguei imediatamente para Francisca.
Antes que eu pudesse falar, ela tomou a iniciativa.
“André planeja drogar vocês dois, recorrendo ao seu velho truque. Ele me pediu para ir até lá agora. Não se mexa.”
“Certo, estou no banheiro. Seja rápida.”
Naquele momento, de repente, confiei na Francisca. Depois de passar algum tempo no banheiro, talvez por ser magro ou por ter um bom metabolismo, aos poucos fui recuperando a razão.
Quando retornei ao camarote, Francisca já estava lá.
“Está tudo sob controle aqui?”
André, ao me ver desorientada sobre a mesa, levantou-se para deixar o local com Sebastião.
Francisca prontamente respondeu, “Pai, pode ficar tranquilo.”
“Meus homens já estão a caminho. Desta vez, não haverá problemas.”
A essa altura, eu já estava quase acordado e fui acompanhado até a ambulância.
Na sala de emergência, médicos e enfermeiros se movimentavam freneticamente, enquanto Francisca me sustentava no corredor.
“O paciente está com uma reação alérgica grave e dificuldade para respirar.”
“Preparem para lavagem estomacal, rápido!”
Ouvindo as ordens urgentes do médico, forcei-me a chegar à porta e espiar pelo vão.
Tomás estava pálido e inconsciente.
Os médicos continuavam tentando reanimá-lo, e eu fechei minhas mãos em punho.
“Não se preocupe, a sorte protege os inocentes, ele vai ficar bem.”
“Além do mais, dizem que os malfeitores vivem muito. Tomás não vai morrer tão fácil.”
Francisca me ajudou a sentar numa cadeira no corredor.
Mas eu podia sentir que suas mãos estavam frias, naquele momento ela também estava com medo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após Minha Morte, Aprendendo a Viver Bem
1...
1...
1...
1...
1...
1...
1...
1...
1...
1...