Após Minha Morte, Aprendendo a Viver Bem romance Capítulo 169

Eu olhava para Inês, atônita. "Sua mãe não havia feito um transplante de medula? Por que ela morreu mesmo assim?"

Ainda me lembrava de Francisca mencionando algo estranho sobre isso; então, sua mãe deveria ter ido ao Brasil para realizar a cirurgia.

Inês me olhava com igual espanto, mas logo seus olhos se encheram de raiva.

"Você sabia! Sua família sabia que minha mãe estava doente, mas se recusou a emprestar dinheiro! Por quê?"

"Sempre que você vem à minha casa, meus pais não são hospitaleiros? Como você pôde ser cruel a ponto de ir para o exterior por diversão e ver minha mãe morrer?"

"Meus pais te consideravam como uma filha, e eu te via como uma irmã mais velha. Por que você não pôde nos ajudar? Por quê?"

As lágrimas dela caíam em um fluxo contínuo, e seu corpo tremia sem parar.

Eu queria consolá-la, mas não sabia como explicar.

Caminhei até a porta do quarto do hospital, certificando-me de que ninguém estava vigiando.

Só então voltei para perto dela, e comecei a desabotoar minha camisa.

No momento em que ela viu as cicatrizes de cirurgia em meu peito, esqueceu-se de chorar.

"Você, você..."

Ela apontou para mim, meio sem palavras.

Peguei a mão dela e coloquei sobre meu peito. "Esta é a cicatriz da minha primeira cirurgia no Brasil."

"E esta é da cirurgia que fiz aqui no país há algum tempo."

Rapidamente me vesti novamente, minha voz tremendo.

"Minha mãe morreu de câncer, você provavelmente não sabia. Quando fui ao exterior..."

"Você teve câncer? Na tireoide?"

Inês me olhava com olhos arregalados, repletos de culpa.

Assenti em silêncio: "Não fui para me divertir e não fui com um garoto rico, não pude evitar".

Contive minhas lágrimas e segurei gentilmente sua mão.

"Inês, se meus pais soubessem da situação da sua família, eles teriam ajudado. Não sei por que você pensou o contrário."

Eu também estava sozinha no País M, esperando em silêncio pela morte ou pela vida, e pude entender como ela se sentia.

"André recusou-se a doar, mas ainda assim te deu dinheiro para viver, foi isso?"

"O quê?"

Inês me olhava incrédula. "Foi ele? Ele era compatível?"

"Não tenho certeza, foi Francisca quem me disse."

Nós duas ficamos em silêncio, ambas sabendo que algo não estava certo.

De repente, vi uma figura na porta do quarto, de estatura baixa, vestindo roupas de trabalho do hospital.

Instintivamente, corri para a porta, mas a pessoa já havia desaparecido.

Eu estava certa de que era Gustavo.

Quando estava prestes a procurar alguém, André apareceu, carregando uma cesta de frutas.

"Noémia? O que você está fazendo aqui?"

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