As palavras dele me pegaram de surpresa. Ao olhar para ele, com um jeito um tanto nervoso, eu suspeitei que ele poderia ter passado por algo terrível.
No presídio, Fábio sempre contava com a proteção de várias pessoas. Mas, ao mesmo tempo, não deixavam de "cuidar" dele de outras maneiras.
É provável que a família Castro também não o deixasse em paz, afinal, ele já esteve envolvido com eles.
Eu o observei em silêncio por um tempo, enquanto o Advogado Santo, ao meu lado, explicava em detalhes sua situação atual.
"As provas contra você são contundentes; ninguém pode ajudá-lo a reverter a condenação."
"Se você ainda quiser uma chance, ao menos deveria colaborar com a justiça. Entende?"
Eu imaginei que ele já tinha ouvido isso antes, mas ainda mostrava resistência.
Ele me olhava fixamente e, em voz baixa, perguntou: "Você pode me ajudar?"
Soltei uma leve risada. "Minha ajuda tem condições."
Era, afinal, uma negociação. Ele já estava sem salvação, então dependia dele o próximo passo.
Se colaborasse, talvez pudesse ter a pena reduzida.
Ele permaneceu em silêncio, então me inclinei levemente para frente, estreitando os olhos para ele.
"Não está fácil para você lá dentro, certo? Fábio também está preso, mas tem proteção."
"Você deve saber um pouco sobre o poder da família Martins, não é?"
"Sem proteção, você não vai durar muito lá dentro. Eles sabem que você tem provas."
Ao ouvir isso, seus olhos se arregalaram de medo, e ele me olhou com apreensão.
Dei de ombros. "Caso contrário, por que eu, mesmo estando debilitada, viria até você?"
"Pense bem antes de falar. Não temos muito tempo, e eu só venho aqui uma vez."
No fundo, também estava nervosa. Se ele se recusasse a falar ou tentasse barganhar, seria ainda mais complicado.
Mas eu imaginava que ele já estava no limite na prisão, como se visse uma esperança, fixando o olhar em mim.
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