Amor Pós-Divórcio romance Capítulo 84

Não demorou muito para que a voz de Patrick fosse ouvida do lado de fora da porta: "Vim aqui porque deixei alguns livros e documentos meus no apartamento e agora preciso deles".

"Ah…"

"Sim. Algumas coisas suas estão aqui ainda."

Logo após o divórcio, eu estava tão avoada que não me atentei para as coisas dele. Depois, eu fiquei tão ocupada com o meu trabalho que acabei me esquecendo desse assunto.

Não abri a porta para ele, mas respondi: "Tudo bem, Sr. Cowell. Por favor, espere um minutinho. Vou pegar suas coisas".

"Eu quero entrar",

disse Patrick.

Na verdade, fiquei um pouco desconfiada no começo, mas pensei que, como estávamos divorciados, o único motivo de ele estar ali era para pegar as coisas que ele tinha deixado em casa.

Depois que ele pegasse seus pertences de volta, provavelmente não nos veríamos nunca mais.

Então eu abri a porta, e o vento frio soprou diretamente no meu rosto.

Parado na porta, Patrick vestia um casaco preto acinzentado, e seus ombros e seu cabelo estavam cobertos de flocos de neve.

Fiquei surpresa e comecei a pensar: "Ele não estacionou na garagem? Por que ele parece estar tão frio? E por que há tanta neve em seu ombro?"

"Será que ele veio direto da rua?"

Mas eu não queria me preocupar muito com ele. Então, depois de deixá-lo entrar, eu me virei e disse: "Sr. Cowell, espere um minuto. Vou ajudá-lo a separar suas coisas".

Não havia muitos objetos dele na minha casa. Para ser mais exata, havia apenas alguns, que cabiam em um saco de papel.

Peguei um livro e alguns documentos que ele tinha deixado na estante, coloquei-os em uma sacola de papel e a entreguei a ele. Em seguida, eu disse educadamente: "Sr. Cowell, tudo o que é seu está nesse saco. Por favor, dê uma olhada e veja se está faltando alguma coisa".

Patrick pegou o saco de papel e não o abriu para olhar.

Ele apenas me encarou com seus olhos negros e profundos, enquanto abria um sorriso amargo. "Parece que você está muito bem depois de se divorciar de mim."

"Sim. Eu fico bem sozinha."

Eu fingi estar calma.

Para ser sincera, eu não estava nada bem. Naquele momento, aliás, eu estava muito desconfortável. Mas eu não podia dizer a verdade.

Patrick acenou com a cabeça e respondeu: "Tudo bem, então".

Olhando mais de perto, achei que seus olhos estavam um pouco opacos, mas eu não pensei muito sobre isso.

Acompanhei Patrick até a porta e me despedi: "Adeus".

Então, fechei a porta.

No entanto, assim que fechei a porta, ouvi um barulho vindo do corredor. Senti um aperto no coração. Eu hesitei por um momento, mas abri a porta para ver o que tinha acontecido.

Patrick estava deitado no chão, com os olhos fechados.

"Patrick!"

Eu fiquei angustiada e corri para tentar ajudá-lo. Comecei a dar uns tapinhas no rosto dele e, quando o toquei, percebi que sua pele estava superquente.

Então, coloquei minha mão da testa e no pescoço dele para tirar a dúvida e vi que Patrick realmente estava com febre alta!

Gritei seu nome e o forcei a abrir os olhos para me certificar de que ele estava realmente desmaiado.

Hesitei por um momento, mas senti que não poderia simplesmente deixá-lo ali no corredor. Então, comecei a pensar em uma maneira de arrastá-lo para minha casa. Mas Patrick era muito pesado, ainda mais estando desmaiado. Mesmo usando toda a minha força, eu só consegui movê-lo alguns centímetros.

Sem outra alternativa, interfonei para a guarita e pedi que o segurança me ajudasse a levar Patrick para o meu apartamento.

Juntos, carregamos Patrick para a minha cama.

Naquele momento, peguei meu celular com a intenção de ligar para alguém e pedir que o viessem buscar e o levassem embora.

Mas, quando olhei para o celular, fiquei paralisada.

"Para quem eu devo pedir que o leve embora?"

Entre as pessoas que eu sabia que conheciam Patrick, eu não tinha o número de celular de ninguém, exceto o de Caroline.

Peguei um termômetro e medi a temperatura de Patrick. Levei um susto quando vi que ele estava com 39,5 graus de febre.

Não entendi por que ele, que provavelmente já estava com febre alta, veio à minha casa buscar seus pertences em vez de ir ao hospital.

Mas eu não me ative muito a essa dúvida, pois estava preocupada que algo ruim pudesse acontecer com ele.

Então, tudo que eu podia fazer naquele momento era ligar para o número de emergência.

Enquanto a equipe de resgate estava a caminho, eu me virei para ir buscar uma bacia de água fria, na tentativa de baixar a temperatura dele.

No entanto, quando eu estava prestes a sair do quarto, Patrick me segurou com força e pediu: "Não vá."

Eu me virei para olhar para Patrick, que parecia atordoado. Eu senti que estava em um dilema…

"Patrick, deixe-me ir. Vou buscar um pouco de água para você, já volto."

"Não. Não vá…"

Até parece que ele falaria aquelas coisas para mim!

Ele só falaria daquele jeito com Caroline!

Corri para abrir a porta para o médico. Depois de ver a equipe de socorro levá-lo de ambulância para o hospital, tentei não me preocupar mais com ele.

Antes disso tudo acontecer, eu achei que tinha suprimido todas as minhas mágoas e tristezas.

Mas, naquele momento, toda a tristeza que eu sentia explodiu dentro de mim em um instante. Por mais que eu tentasse suprimir aqueles sentimentos, eu não consegui mais segurar.

Eu fiquei parada na frente da janela. Por mais que tentasse, não consegui mais conter minha tristeza. Peguei a garrafa de vinho tinto que tinha comprado para agradar Patrick uma vez e me sentei em frente à janela, sozinha, bebendo uma taça após a outra.

Quando eu me dei conta, já tinha bebido a garrafa toda de vinho.

O pior é que eu bebi tudo aquilo de estômago vazio. Por isso, senti minha cabeça ficar muito zonza.

Tlim-tlim.

Ouvi o toque de mensagem do meu celular. Levantei-me e peguei o celular, que estava na mesa de centro, fazendo um esforço para enxergar com a minha visão turva. Tive que apertar os olhos para distinguir o conteúdo do texto que aparecia na tela.

A mensagem dizia: "Como você tem passado? Há quanto tempo não nos falamos! Como estão os seus estudos? Você está gostando do seu trabalho?".

"Quem mandou este texto?", pensei.

Eu estreitei meus olhos e olhei para a identificação do remetente.

Era um número que não estava salvo na minha lista de contatos.

Mas o número parecia tão familiar…

"Quem será?"

Eu, que já tinha bebido muito vinho, disquei o número. Só muito tempo depois a ligação foi completada. Então, eu ouvi alguém dizendo: "Alô".

"Oi, quem é você?"

Já bêbada, minha fala estava confusa e difícil de compreender.

A pessoa ao telefone se apresentou. Só então eu percebi que quem estava no telefone era a pessoa que havia pago as mensalidades da minha faculdade!

"Desculpe, desculpe, eu…"

"Você está bebendo."

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, a pessoa do outro lado da linha percebeu o meu estado de embriaguez.

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