Larguei as coisas que estavam em minhas mãos e fui até a porta do orfanato. Então, peguei meu celular, que tinha acabado de voltar do conserto e, após hesitar um pouco, disquei o número de Patrick.
Depois que a ligação foi atendida, eu disse num só fôlego: "Vou retirar a acusação".
Ele ficou em silêncio a princípio. No entanto, passado um tempo, ouvi a voz de Patrick responder: "Tudo bem".
"Mas tenho duas condições."
"Diga."
"Em primeiro lugar, você não pode fazer nada contra o orfanato nem contra a Glorious Seth Design."
"Tá bem."
"Em segundo lugar, quero o divórcio."
Eu já tinha entendido tudo. Por mais que eu amasse Patrick, ele só tinha olhos para Caroline.
Por isso, sabia que não deveria continuar me apegando a nenhuma ilusão.
Patrick nunca se apaixonou por mim. Desde o começo, ele sempre foi apaixonado por Caroline.
Depois de ver a realidade nua e crua, eu não tinha mais dúvida nenhuma.
A princípio, pensei que Patrick concordaria com meu pedido sem pensar duas vezes, mas ele ficou em silêncio do outro lado da linha.
Depois de muito tempo, Patrick finalmente respondeu: "Não concordo com a segunda condição".
Eu fiquei um pouco surpresa com a negativa. Respirei fundo até me acalmar e disse: "Existem duas condições e ambas são inegociáveis. No momento, Sr. Cowell, você tem apenas duas opções: ou salva a sua amante da prisão, ou continua me torturando".
"Você acha mesmo que eu estou torturando você?"
Ao telefone, a voz de Patrick parecia um pouco rouca.
Fiquei um pouco aérea por alguns instantes.
"Se isso tudo não tivesse acontecido, ele nunca teria me torturado", eu pensei.
"Ele está sendo atencioso comigo do fundo do coração", concluí.
Mas, naquele momento, eu não estava mais confusa. Então, abaixei meus olhos e respondi: "Você não me ama. O máximo que você faz é me tratar bem, mas, quando a pessoa que você ama está em apuros, você volta a me ameaçar. Você me fez acreditar nos sonhos que você construiu e que depois você mesmo destruiu. O que você faz é tortura, sim".
Ao falar aquelas palavras, senti meu coração doer.
Preferiria não acordar daquele sonho.
Mas a realidade era muito dura.
Quando pensei que ele fosse dizer alguma coisa, Patrick desligou o telefone.
Antes de ir embora do orfanato, o reitor se aproximou e disse que havia ocorrido uma mudança e que provavelmente eles não precisariam mais se mudar, pedindo que pausássemos o empacotamento.
A risada alegre da criançada ecoou atrás de mim. Virei a cabeça e olhei para eles, que estavam muito felizes. Então, de repente, eu me vi absorta em meus pensamentos.
Quando cheguei a casa naquela noite, Patrick estava esperando por mim na sala.
Encarei-o e disse, com certa tristeza: "Sr. Cowell, não é muito apropriado que você entre na minha casa desse jeito".
Patrick se levantou e me abraçou, enquanto dizia com uma voz suave: "Não peça o divórcio. Não quero me separar de você".
Seu tom de voz era tão meigo…
Apesar do braço de Patrick que estava me segurando ser muito forte, parecia que ele estava com medo de me machucar. Por isso, ele não exerceu muita força.
Meu coração apertou e eu tentei sair das garras dele.
Mas Patrick me segurou com ainda mais força. Sem conseguir me livrar dele, a única coisa que pude fazer foi me endireitar e dizer: "Sr. Cowell, não deixe tudo mais difícil do que já é. Você não acha esquisito falar nesse tom tão gentil com alguém que você não gosta e, ainda por cima, segurar essa pessoa em seus braços? "
"Charlotte…"
"Sr. Cowell, por favor, já pedi que não me chame pelo primeiro nome. Você está falando comigo de uma forma tão meiga que eu vou acabar ficando encantada novamente."
Eu falei de uma forma fria para não parecer que eu estava numa situação tão deplorável na frente dele.
Patrick abaixou a cabeça e olhou para mim: "Charlotte, estou falando sério com você. Se você a deixar sair livre desta vez, prometo que daqui para frente você será a única mulher na minha vida. Esta é a última vez que eu pedirei isso a você. "
"Sua oferta é muito tentadora…"
Eu senti vontade de dizer sim para ele, mas eu estava muito mais racional agora.
Eu levantei o canto dos meus lábios e disse, com tom de deboche: "Sr. Cowell, sua dedicação quase me comove. Mas, infelizmente para você, eu já acordei. Foi você quem me deu o tapa que me acordou. Meu coração está partido agora, mas, por mais tentadora que sua oferta seja, eu simplesmente não vou cair mais nas suas armadilhas ."
"Charlotte…"
"Sr. Cowell, você sabe há muito tempo que Caroline quer se vingar de mim. E você também sabe que ela cometerá erros tentando fazer isso. Então, por medo de não ser capaz de ajudá-la se ela cometer erros extremamente sérios, você quer ficar comigo e me tratar bem. Você estava ansioso por um momento como este de hoje, não é? Você está se aproveitando dos meus sentimentos por você para me convencer a desistir de fazer algo contra Caroline."
Minha expressão estava calma, indicando que eu tinha entendido como tudo funcionava.
"Por que você é tão teimosa, Charlotte?"
Normalmente, ele estava sempre alinhado, poderoso e arrogante.
Eu me aproximei dele, mas foi Patrick quem falou primeiro: "Precisamos mesmo nos divorciar? Não quer esperar e pensar melhor?".
Seu tom tinha um quê de súplica. Eu até pensei que tinha ouvido errado.
"Vamos nos divorciar. Sr. Cowell, não se deixe levar pelo seu ódio. Quanto antes você aceitar que vai ter uma nova vida, melhor."
Eu estava fingindo estar despreocupada e segura.
Patrick olhou para mim, franziu a testa ligeiramente e disse: "Charlotte, você vai me dizer que não sente nada por mim?".
"Por que eu deveria sentir algo por você?" Levantei a cabeça, encarei seus olhos negros e continuei, com uma voz fria: "Sr. Cowell, por que eu sentiria algo por alguém que não sai de cima do muro? Você quer que eu sinta falta de como você se aproveita de mim?".
"De como me aproveito de você? Quando eu fiz isso?"
"Sr. Cowell, você não acha que está sendo pretensioso ao dizer isso? Por que vamos nos divorciar? Não é porque você tentou tirar vantagem do que eu sinto por você e me obrigou a retirar a acusação contra Caroline?"
"Charlotte…"
Eu vi o olhar de tristeza no rosto de Patrick.
Havia até uma certa dor em seus olhos.
Parecia mesmo que ele não aguentaria se separar de mim.
"Sr. Cowell, vamos logo."
"Pare de fingir."
"Caso contrário, vou acreditar novamente."
Eu entrei primeiro no cartório. Por um bom tempo enquanto caminhava, não ouvi o barulho dos sapatos de couro de Patrick vindo atrás de mim.
Quando olhei para trás, vi que Patrick ainda estava parado na porta e que sua expressão não tinha mudado nada.
Nesse momento, eu fiquei bem hesitante.
Mas então eu me lembrei de tudo o que tinha acontecido repetidas vezes até que eu acordasse para a realidade.
Patrick continuou olhando para mim e finalmente começou a caminhar em minha direção.
Nós dois chegamos a um balcão, onde fizemos o pedido do divórcio. Quando a atendente perguntou como íamos dividir nossos bens, Patrick respondeu: "Ela não vai ficar com nada".
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor Pós-Divórcio
Achei que Charlotte fosse mais inteligente e esperta não acredito que ela achou que de fato o tiozinho malvado gostava dela, pois é lá vem decepção....
Nossa Charlotte, quando ela vai poder parar de sofrer e enfrentar com bravura a sua pior inimiga , a sua família inteira,e contar a verdade ao Patrick de que ele foi enganado esse tempo todo....
Este livro se tornou muito sem sentido e enrolado. Não entendi nada nestes últimos capítulos....
Sabia que Shelton tinha alguma coisa haver com as tramóia contra Charlotte e o imbecil do Patrick, Caroline nunca agiu sozinha esse tempo todo...
O livro é muito bom, ansiosa para ler o restante. Se alguém souber onde consigo ler o resto, agradeço....
Quando será postado o restante do livro pós divorcio?...
cade o resto do livro gente to ansiosa...