Amor Iniciado pela Intriga romance Capítulo 162

Priscila franziu as sobrancelhas:

- A avó te pediu para me levar?

Leonardo piscou os olhos ligeiramente:

- Sim.

- Mas quando a avó disse no quarto para você me levar, eu recusei e ela não pediu mais. Como é possível ela pedir isso de novo? Leonardo, você está me enganando? - Priscila o observava.

Leonardo abriu a porta do carro:

- Não. A avó disse que já anoiteceu e é inseguro se você for embora sozinha, de maneira que resolveu mandar-me para te levar. Entre no carro. Você também não quer que a avó se preocupe com você, pois não?

Priscila ficou silenciosa e acabou por fazer um suspiro:

- Entendi.

Depois, ela subiu ao carro.

Ao ver isso, Leonardo afrouxou as sobrancelhas quase invisivelmente.

Parece que ela acreditou.

A seguir, Leonardo fechou a porta do banco de trás e foi ao assento de motorista:

- Vai voltar para o Condomínio La Baía de Água Rasa?

Olhando para fora, Priscila disse sim, de uma atitude indiferente.

Leonardo franziu os lábios e acionou o carro.

Durante o caminho, Priscila não disse uma palavra sequer com ele, porque não queria conversar, nem tinha nada para falar.

Leonardo, por sua vez, observou a mulher pelo espelho retrovisor, escondendo sua expressão na sombra, que não dava para enxergar.

Ele não se acostumou ao silêncio de Priscila.

6 anos atrás, ele também andou de mesmo carro com Priscila.

Naquela altura, Priscila ainda estava apaixonada por ele, de tal modo que sempre procurava tópicos ativamente para fazer bate-papo com ele. Às vezes ele até achou Priscila faladora demais e a mandou calar a boca.

E agora, ela realmente se calou, jamais conversou com ele, mas ele passou a sentir-se mal.

Ponderando, Leonardo mexeu os lábios finos e tomou a iniciativa a falar, por alguma razão desconhecida:

- Você planeja casar-se com André?

- Ah? - Priscila congelou um pouco, obviamente pega de surpresa por causa de sua pergunta repentina.

- Não sei. - Priscila abanou a cabeça.

Um brilho passou pelos olhos do homem. Porém, antes de ter tempo para esconder sua alegria, Leonardo ouviu Priscila acrescentar:

- Talvez no futuro, sim. Afinal, ele me trata muito bem, assim como os pais dele. Será uma felicidade casar-me com André.

Apertando o volante, Leonardo se viu de cara feia.

Ele podia enxergar que ela estava zombando ele e a família Kaiser.

Todavia, ele tinha que admitir que André realmente a trata bem. Se ela se casar com André, viveria melhor definitivamente.

Apesar dessa verdade, Leonardo se sentiu irritado mesmo.

Ele arrumou a gravata e disse em voz fria e dura:

- Sério? Então, espero que corra como você deseja.

- Obrigada, presidente Leonardo. Também desejo muitas felicidades para você e a Sra. Camila - respondeu Priscila sorrindo.

Comprimindo os lábios fortemente, Leonardo não respondeu mais.

Muitas felicidades?

Sem motivo, ele não gostou dessa bênção. Não é que houvesse algo errado nas palavras, mas ele não gostou de que ela fizesse votos para ele e Camila.

Os dois voltaram a manter silenciosos no caminho, com uma atmosfera ainda mais opressiva do que antes.

Priscila podia sentir que o homem estava de mau humor, mas não sabia o porquê, nem queria saber. Portanto, ela optou por colocar fones de ouvidos para escutar música.

Leonardo notou isso e exalou um ar mais coercitivo.

Ela o ofendeu, mas ainda estava ouvindo música tranquilamente.

Isso realmente o irritou.

Em breve, chegaram ao Condomínio La Baía de Água Rasa.

Leonardo parou o carro e Priscila desceu.

Parada na rua, ela parecia perceber algo e abriu a carteira novamente. Depois, retirou uma nota azul e tocou a janela do carro.

Leonardo baixou o vidro e virou a cabeça para ela:

- Mais alguma coisa?

Existia uma esperança imperceptível no tom dele.

- Nada especial, só me esqueci de pagar. - Priscila fez um sorriso distante, jogou o dinheiro no carro e caminhou para o edifício em grandes passos.

Olhando para as costas da mulher e o dinheiro no banco de trás, Leonardo comprimiu os lábios finos, exalando algum grau de frieza.

- Isso. É proposital - respondeu Carlos, de uma expressão séria.

- Como é possível? André me disse que foi um acidente. E você também estava presente quando fizeram a investigação.

Carlos se mexeu para trás:

- Sim. Naquele momento, o resultado da nossa investigação indicou que foi um acidente de fato, mas quando eu passeava o cavalo no dia seguinte…

Ele revelou a história de como encontrou o almíscar.

Depois de ouvir, Priscila apertou as palmas:

- Então, é assim que é.

Manipulando remotamente para enlouquecer o cavalo e fazer ela cair, esse método insidioso é de fato capaz de deixar as pessoas acreditarem que foi um acidente, ao invés de vincular isso com Camila. Mesmo que pensem na possibilidade posterior, não há evidências para comprovar que o autor é Camila, porque Camila nunca apareceu no estábulo, nem teve contato com o cavalo dela.

Foi exatamente igual ao método que Camila tinha usado para a machucar com cobra venenosa. Parece que a espancada daquela noite ainda não foi suficiente!

Mas tudo bem. Ela vai tirar vingança de tudo isso com a família Guerra!

- O que está dentro? - Priscila respirou fundo e perguntou, reprimindo a explosão de raiva.

Carlos olhou para ela:

- Eu achava que você ia ficar furiosa depois de tomar conhecimento disso.

- Claro que estou furiosa, mas isso não adianta. Ao invés de ficar zangada, é melhor recordar esse ódio e retribuir no futuro. - Priscila comprimiu os lábios.

Carlos sorriu:

- Você tem mente clara. Está dentro a identificação de biometria. A biometria deixada na garrafa de vidro é de Camila mesmo.

Priscila retirou o laudo de identificação às pressas e o leu com atenção. Depois, ela semicerrou os olhos:

- Isso é prova para comprovar que Camila me prejudicou de propósito. Você vai me oferecer tão simpaticamente? Diga lá, qual é o seu motivo para apurar isso por mim?

Ela não acredita que Carlos investigue essas informações simplesmente por não querer ver sua amiga prejudicada.

Afinal, eles não chegam a ser amigos tão bons.

Carlos bateu as palmas e riu:

- É fácil conversar com pessoas inteligentes. Certo, tenho meu motivo de fato, mas não é absurdo.

- Diga. - Priscila deixou de lado o laudo de identificação e olhou para ele de braços cruzados.

Carlos voltou a ter expressão séria:

- Eu quero que você deixe esse assunto para eu lidar. Afinal, você é vítima, de tal forma que pedi licença a você especialmente. Tenho respeito suficiente para você, não é?

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