Acontece Que Ele Sempre Me Amou romance Capítulo 1

Noite adentro, a quietude não prevalece.

Em um arranha-céu de Brasília, num apartamento luxuoso no último andar.

Ruídos sussurrantes. A silhueta esguia do homem envolve Aline Rocha, de pele alva. O respirar dela se entrelaça ao dele, e o seu corpo delicado estremece sob seu toque.

Após um longo momento.

O homem solta os lábios dela, as suas mãos alongadas se estendem até à mesa de cabeceira.

Aline alça a mão e agarra o braço dele, com voz doce e levemente ofegante: "Vinicius Grieira, eu queria ter mais uma filha, podemos?"

O homem pausa, os dedos relaxam, e o pequeno preservativo que segurava cai de volta na gaveta.

Ele então gira o interruptor do abajur, olhos escuros fixos nela, iluminados pelo brilho suave da luz.

Os olhos dela brilham, metade esperança, metade tristeza. Vendo que ele não responde, morde o lábio, a voz torna-se tímida: "Podemos?"

O olhar dele escurece e ele pergunta: "É você que quer, ou são os seus pais?"

"Eu quero."

Após dizer isso, notando a sua expressão distante, com um olhar ainda mais frio que o habitual, ela morde o lábio com mais força, largando o seu braço: "Se não puder ser, tudo bem."

No entanto, ele segura sua mão, seus dedos entrelaçando-se aos dela, com uma ternura que não admite recusa. Ele aperta sua mão, pressionando-a contra o colchão macio.

Ela escuta a sua voz sensualmente rouca: "Está bem."

Uma resposta afirmativa.

Os olhos de Aline, que tinham escurecido, de repente brilham novamente, como estrelas acesas no céu noturno. Ela se ergue levemente, oferecendo os seus lábios a ele.

O homem, com uma mão, sustenta sua cabeça inclinada para trás e a beija profundamente, concedendo-lhe o que desejava.

Ele é ao mesmo tempo gentil e ardente.

Seus olhos escuros nunca deixam os dela.

Seu olhar frio, firme como uma espada, penetra a alma dela.

O que ela mais ama são justamente esses olhos.

"Vinicius…"

Aline chama seu nome, incapaz de conter-se.

O homem responde com a voz rouca: "Hmm?"

Lágrimas saíram nos cantos dos seus olhos, brilhantes e cristalinas, enquanto ela murmura com voz trêmula e doce: "Eu te amo tanto…"

Sua voz, suave como um lamento, esconde um ressentimento que nem ela percebe, e um desespero.

Enquanto fala, seus olhos fixos nele, úmidos e brilhantes, revelam uma mistura de vulnerabilidade e sedução.

O homem, em silêncio, coloca a mão sobre os seus olhos e se inclina, a sua pele fria e pálida queima como fogo ao tocar a dela.

Uma noite de almas entrelaçadas.

...

Ao amanhecer, Aline acorda.

Não está ninguém ao seu lado.

Ao estender a mão, sente o frescor do lençol, sem vestígios de calor humano.

O seu coração ficou um pouco desanimado.

Ele não ficou.

Vinicius, ele ainda se recusa a compartilhar a cama com ela durante a noite.

Apesar de estarem casados há dois anos, mesmo depois de uma noite intensa até altas horas, ele escolhe deixar o quarto que deveria pertencer a ambos.

"Gosta?"

"Sim, gosto dela por ter objetivos claros, por não medir esforços, por ser persistente e por ser dura consigo mesma."

Falando assim, com sua frieza e distinção naturais, ele parecia desinteressado e relaxado.

Ela sentia claramente o seu coração a sangrar.

Afinal, ele já havia dito antes que gostava de mulheres doces e gentis.

Com isso em mente, ela se casou com ele assim que terminou a universidade. Sem trabalhar um dia sequer, ela se esforçou para ser a perfeita senhora da Família Grieira, enfrentando dificuldades para se integrar ao círculo de mulheres ricas e influentes de Brasília. E agora, ela o ouvia dizer que gostava de mulheres fortes e independentes.

Ela entendeu perfeitamente. Se esta atriz fosse doce e gentil, ele gostaria dela por ser doce e gentil. Se esta atriz fosse uma mulher forte, ele gostaria dela por ser uma mulher forte.

Vinicius, ele apenas amava outras, não a amava a ela, a Aline.

Ela estava a enganar-se a si mesma, à espera que o amor viesse com o tempo.

Na noite anterior, temendo que ele se abrisse com ela, incapaz de enfrentar a dor de perdê-lo, ela o abraçou pelo pescoço e o beijou desesperadamente, tentando seduzi-lo pela segunda vez.

Ela sugeriu que queria ter outra filha.

Era o único plano desesperado que conseguia imaginar para mantê-lo.

Essa Aline, desprezível e humilhada, até ela mesma se detestava.

Com um olhar vazio e uma expressão de escárnio, Aline mandou as cobertas para o lado e saiu da cama.

Ao pisar no chão, uma dor aguda e indescritível surgiu, fazendo-a perder o equilíbrio...

Mas ela não caiu.

Uma mão segurou-a por trás, estabilizando-a.

O familiar aroma fresco a envolveu.

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