A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 534

Marcelo Lopes realmente nunca havia vivido um romance, você simplesmente não pode imaginar o quão complexos são os caminhos de seus pensamentos.

Ela já estava cheia de raiva, mas ainda se importava com ele, por que se importar?

Ela perguntou em voz baixa, "Então, você só não me deixou levar comida para aqueles amigos porque ouviu o que Benício Damasceno disse?"

Marcelo Lopes tirou as mãos dela de sua cabeça, deu-lhe um beijo, e olhando em seus olhos, disse com voz suave, "Flávia, às vezes eu não sei como me expressar direito. Na verdade, naquele dia, não fiquei chateado por você querer dar presentes para eles. Fiquei chateado porque você se esforçou tanto para fazer esses doces, com toda sinceridade, e eles foram desvalorizados. E ainda mais, você machucou a mão, isso me deixou ainda mais irritado, mas não estava bravo com você. Eu até comprei remédio para queimadura e deixei um bilhete, mas você nem viu, jogou fora."

Flávia Almeida...

"Eu não vi o remédio para queimadura."

Marcelo Lopes...

"Eu comprei." Marcelo Lopes ficou surpreso, e então se defendeu com um ar de injustiçado, "Não estou mentindo."

Flávia Almeida acreditou, porque Marcelo Lopes, quando está bêbado, não consegue mentir.

Se Marcelo comprou, e ela não jogou fora, então só havia uma possibilidade, a empregada que havia feito isso.

A empregada obedecia a Patrícia Batista, então provavelmente foi Patrícia Batista quem a mandou fazer isso, assim como havia feito anteriormente ao colocar a caixa de pílulas anticoncepcionais na mesa, intencionalmente para que Vovó Lopes encontrasse.

Patrícia Batista nunca quis que Marcelo Lopes e ela se dessem bem desde o início.

Marcelo Lopes é uma pessoa que não sabe muito bem como esconder seus sentimentos, então ao reencontrar Benício Damasceno e lembrar-se desses desagrados passados, ele ficou visivelmente descontente.

Flávia Almeida suspirou, "Você deveria ter falado mais cedo, nossos filhos já estão quase na idade de ir para a pré-escola."

Pedro não conseguiu segurar a risada, a surpresa de sua esposa era comparável até com a do Presidente Lopes.

Flávia Almeida lançou-lhe um olhar, "Rindo de quê?"

Pedro, enquanto dirigia, brincou, "Agora o Presidente Lopes provavelmente não quer ter filhos tão cedo, ele acabou de começar um romance, tem que aproveitar um pouco o mundo a dois."

Flávia Almeida...

No meio do caminho, a estrada estava fechada, a rota habitual teve um acidente – uma grande árvore havia caído, atingindo os carros que passavam. Embora não houvesse vítimas, a árvore bloqueava completamente a estrada, impossibilitando a passagem dos veículos, que tiveram que ser desviados até que alguém chegasse para lidar com a situação.

Não podendo seguir adiante, eles tiveram que voltar e pegar um caminho mais longo.

Nesse momento, Marcelo Lopes já começava a se sentir desconfortável, ele se sentou e começou a afrouxar a gravata, franzindo a testa.

"Você está se sentindo mal?"

Enquanto falava, Flávia Almeida pegou um saco plástico e o abriu.

Marcelo Lopes balançou a cabeça, de repente disse, "Estou com muita coceira."

Ele então começou a coçar o pulso freneticamente.

Flávia Almeida, surpresa, pegou sua mão, levantou a manga e viu que havia muitas pequenas erupções vermelhas.

Ela franziu a testa, "Você comeu alguma coisa?"

Marcelo Lopes balançou a cabeça, ele realmente não conseguia se lembrar, só continuava coçando.

As erupções rapidamente se espalharam para o pescoço, Flávia Almeida reconheceu o sintoma, era igual quando ele tinha uma reação alérgica a manga.

Não havia mais como voltar para casa, Pedro rapidamente dirigiu para o hospital.

Chegando lá, o médico prescreveu dois frascos de medicamento para serem administrados via intravenosa.

Pedro morava com os pais, então Flávia Almeida preferiu não pedir que ele ficasse para acompanhar durante a noite, e decidiu ficar ela mesma cuidando de Marcelo Lopes.

Ele sentia coceira, e se não prestasse atenção, acabava arranhando-se sem parar. Flávia Almeida, às vezes, não conseguia detê-lo e o ameaçava, "Se você continuar se arranhando, eu vou embora."

Marcelo Lopes então a segurava firme, não soltava por nada, e quando a coceira se tornava insuportável, ele se esfregava na cama.

Flávia Almeida observava Marcelo Lopes, destacando-se na fila pelo seu porte. Seu coração se enchia ao pensar que ele era seu.

"Não posso adiar mais, o tempo está passando, e vai ficar ainda mais difícil."

Ela ouviu uma voz familiar.

Flávia Almeida pausou, lançando um olhar discreto para o lado.

Márcia Ferreira, vestindo-se de forma simples, passava por ela acompanhada de um jovem de aparência delicada.

Os dois estavam absortos em uma conversa e não a notaram.

Flávia Almeida ajustou a máscara e os seguiu discretamente.

Márcia Ferreira a conhecia bem demais, então Flávia Almeida manteve uma distância segura.

Parecia haver uma discussão entre eles; Márcia Ferreira parecia irritada.

O jovem a abraçava pela cintura, tentando acalmá-la, e eles se abraçavam, mas logo se separavam e entravam no elevador.

Alguém tocou o ombro de Flávia Almeida, que se assustou, mas ao virar-se e ver Marcelo Lopes, relaxou, "Tudo pronto."

"Sim," Marcelo Lopes perguntou, "O que você estava olhando?"

Flávia Almeida o puxou para um canto, "Eu vi Márcia Ferreira e seu suposto irmão Januario Ferreira aqui no hospital. Eles acabaram de entrar no elevador."

Disse, algo desanimado, "Eu estava com medo de que ela me reconhecesse, então não segui de muito perto e não consegui ouvir direito o que eles estavam falando."

Marcelo Lopes lançou um olhar para o elevador, "Este elevador vai para os números pares, acima do décimo segundo andar é a ala de internação, abaixo do quarto andar são as salas de cirurgia, oitavo andar é a urologia, décimo andar é a ortopedia, e o sexto andar é a obstetrícia."

Flávia Almeida ficou surpresa por um momento e, ligando isso à frase que acabara de ouvir, um palpite ousado surgiu em sua mente, "Ela veio fazer um aborto?!"

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