A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 326

Quando começaram a arrumar as mesas longas, as conversas já se espalhavam.

Alguém disse, "Acho que já vi a caligrafia da Srta. Martins."

"Onde você viu? Era boa?"

"Parece que foi em uma exposição de caligrafia, nas obras expostas pelo professor Jarbas Drummond, havia uma peça dela."

Outro comentou, "A Srta. Martins é discípula direta do professor Drummond, eu vi uma foto deles juntos na casa do professor."

"Nossa, discípula direta? Então a caligrafia dela deve ser excelente. A Flávia Almeida vai passar vergonha, não é?"

"Ela que quis escrever. Se passar vergonha, é porque pediu por isso."

"Até duvido que a Flávia Almeida saiba usar um pincel. Olhando para ela, tão superficial, nada haver com música, xadrez, caligrafia ou pintura. Não seria melhor dançar no palco do que tentar escrever? Não há necessidade de se exibir assim."

"Mas ela é neta da família Lopes, dançar na frente de todos não seria igual a uma atriz? Ela tem que manter as aparências, não é?"

"Ela é uma filha fora do casamento, que dignidade ela pode ter? Não consigo entender como ela ainda tem coragem de vir ao banquete de aniversário. Já que não se envergonha, que diferença faz dançar?"

"Ela não é uma atriz? Ouvi dizer que já está atuando em filmes."

Alguém brincou, "Ser atriz combina com ela, com aquele rosto, ela com certeza fará sucesso."

Desde o início da arrumação das mesas, Marcelo Lopes não relaxou a expressão.

Ele já tinha visto Flávia Almeida escrever. Não era ruim, mas definitivamente não estava entre os melhores em caligrafia.

Se ela escrevesse sozinha, sem se comparar aos grandes mestres da caligrafia, Vovó Lopes talvez pudesse a ajudar a salvar a situação.

Mas já que Juliana Martins também iria escrever, as duas seriam comparadas. Seria fácil ver quem escreve melhor ou pior, e ninguém poderia encobrir isso por ela.

Marcelo Lopes pressionou os lábios e se aproximou de Flávia Almeida, sussurrando, "Na hora, eu vou tossir e você finge vomitar."

Flávia Almeida???

Marcelo Lopes a olhou de relance, "Ter um filho do ex-marido depois do divórcio é menos vergonhoso do que perder na caligrafia."

Flávia Almeida tremeu o canto do olho, "Acho o primeiro mais vergonhoso."

Marcelo Lopes...

"Além disso," Flávia Almeida baixou a voz, "como você sabe que eu vou perder?"

Marcelo Lopes disse, "Eu já vi você escrevendo, como não saberia seu nível?"

Flávia Almeida resmungou, "Você não sabe de muita coisa," parou e olhou para Marcelo Lopes, "Que tal fazermos uma aposta? Se a vovó gostar mais do que eu escrever hoje, você me acompanha ao cartório para transferir a casa para o meu nome, e as despesas são por sua conta."

Marcelo Lopes tremeu as pálpebras, direto ao ponto, "Não aposto."

"Tem medo de perder?"

Marcelo Lopes disse calmamente, "Posso perder dinheiro, mas não posso perder a minha dignidade."

Flávia Almeida estreitou os olhos, "Covarde!"

Logo, a mesa longa para a escrita foi preparada.

Seu Pereira disse gentilmente, "Srta. Almeida, Srta. Martins, por favor."

Flávia Almeida então ignorou Marcelo Lopes e avançou.

As duas vestiam cores similares, mas emanavam auras completamente diferentes.

Juliana Martins tinha cabelos longos soltos, um rosto pequeno como a palma da mão, traços suaves e delicados, sem maquiagem pesada, parecendo muito pura, como o tipo de primeira paixão que os homens costumam gostar. Com sua postura elegante, ela parecia uma magnólia graciosamente posicionada, elevada e suave.

Enquanto isso, Flávia Almeida tinha o cabelo preso, exibindo um rosto inteiramente delicado, com pele como porcelana, sobrancelhas como montanhas distantes, e traços intensificados pela maquiagem, belíssima de uma maneira intensa, como a peônia mais orgulhosa do jardim, deslumbrante em sua glória.

Ao falar sobre isso, cada um tem seus méritos, mas depois de testemunhar a beleza incomparável da peônia, a flor de magnólia parece um tanto insossa.

Juliana Martins virou-se e perguntou a Flávia Almeida, "Srta. Almeida, o que deseja escrever?"

Flávia Almeida respondeu, "Que a vida seja longa como as montanhas do sul."

Juliana Martins disse gentilmente, "Então eu escreverei que a fortuna seja vasta como o oceano oriental, assim formaremos um par perfeito."

Flávia Almeida concordou com um aceno, "Pode ser."

Flávia Almeida pegou o pincel, umedeceu-o na tinta e inclinou-se para começar a escrever.

Juliana Martins falou, "Sra. Coutinho, a caligrafia exige concentração e estabilidade. Por favor, não perturbe a Srta. Almeida."

Sra. Coutinho cobriu a boca e riu baixinho, "Com a mão dela tremendo assim, ainda tem espaço para perturbação?"

Todos riram.

Pela maneira como Flávia Almeida estava escrevendo, todos já a consideravam derrotada.

Vovó Lopes levantou a mão, dizendo baixinho, "Silêncio, todos."

Sra. Coutinho então fechou a boca.

Flávia Almeida levou alguns minutos a mais que a família Martins para terminar.

Ela se levantou, colocou o pincel de lado e olhou para cima, "Desculpem a demora, faz tempo que não pratico, estou um pouco enferrujada."

Vovó Lopes sorriu com os olhos, dizendo gentilmente, "Não tem problema, demorar mais indica que se dedicou mais."

Esse comentário do Vovó Lopes soou um pouco parcial.

Mas bom ou ruim, ela não poderia enganar, pois os olhos do povo veem tudo.

Dois garçons apresentaram os trabalhos escritos.

Ao ver a escrita de Juliana Martins, todos exclamaram em admiração.

"A escrita é como a pessoa, está simplesmente maravilhosa."

"Um bom mestre forma excelentes alunos, sem desonrar o nome do Professor Marcelo."

"Jovem, mas com grande habilidade."

Todos elogiavam sem parar a caligrafia de Juliana Martins, mas quando o olhar deles se voltou para a caligrafia de Flávia Almeida, todos ficaram em silêncio.

Sua caligrafia não podia ser definida por um estilo específico, não era feia, mas em comparação com Juliana Martins, era difícil elogiar a beleza.

Aline Lopes riu sem disfarçar, "Isso é chamado de caligrafia? A caçula da Sra. Coutinho, que acabou de entrar no primeiro ano do ensino médio, escreve melhor que isso."

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