A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 316

Ao ouvir o som da porta se abrindo, Marcelo Lopes virou a cabeça para olhar.

Seus olhos se encontraram, e Flávia Almeida pôde ler um traço de queixa naqueles olhos.

Como ela não havia notado essa expressividade nele antes do divórcio?

O elevador fez um barulho e algumas pessoas saíram, olhando para ela, parada na porta com um homem forte agachado.

Flávia Almeida franziu os lábios com impaciência: "Entre!"

Marcelo Lopes se levantou imediatamente, mas como estava agachado há muito tempo, suas pernas estavam formigando um pouco e ele cambaleou.

Flávia Almeida se assustou e estendeu a mão por reflexo, mas quando o viu se segurando no batente da porta e se firmando, acabou ficando com raiva.

Marcelo Lopes também ficou irritado com ele mesmo. Se soubesse, não teria se apoiado.

Sem dar mais atenção a Marcelo Lopes, Flávia Almeida virou-se e entrou primeiro no apartamento.

Marcelo Lopes fechou a porta e a seguiu cautelosamente. Flávia Almeida virou-se e viu que ele nem tinha tirado os sapatos, e não conseguiu se conter: "Você pensa que está na sua casa? Troque os sapatos!"

Marcelo Lopes voltou ao hall de entrada para trocar de sapatos. Procurando no armário de sapatos, não encontrou nenhum chinelo masculino, o que de certa forma o tranquilizou. Tirou os sapatos e, vestindo apenas meias, entrou.

O apartamento de um quarto alugado por Francisca Ferreira tinha apenas uma cama de solteiro de um metro e vinte de largura, onde Flávia Almeida dormia no sofá.

Felizmente, o sofá de Francisca Ferreira era dobrável, servindo de sofá durante o dia e de cama à noite, com cobertores e colchões empilhados na ponta.

A sala de estar era conectada à sala de jantar, totalizando apenas cerca de dez a vinte metros quadrados, menor do que o banheiro.

Flávia Almeida era exigente. Ela chegou a reclamar que o quarto de hóspedes de sua casa não tinha banheira. Como ela poderia suportar viver em um lugar assim?

Flávia Almeida pegou um banquinho e, subindo nele, começou a procurar uma caixa de remédios no armário de cima.

Ao esticar o braço, sua camiseta também subiu, revelando uma pequena parte de sua cintura branca e macia.

Marcelo Lopes hesitou por um momento.

Flávia Almeida tentou alcançar a caixa de remédios por um bom tempo, mas ainda estava um pouco fora de alcance.

Francisca Ferreira era mais baixa que ela. Como ela conseguiu colocar algo tão alto lá?

Flávia Almeida ficou na ponta dos pés, quase tocando a borda da caixa de remédios, quando "crack" - a perna do banquinho quebrou, e ela balançou perigosamente, prestes a cair. Subitamente, um braço se estendeu por trás dela, envolvendo sua cintura e a segurando firme, evitando a queda.

A essa altura, Marcelo Lopes estava secretamente aliviado pelo fato de o apartamento ser tão pequeno. Se fosse na sala de estar de sua casa, Flávia Almeida teria se levantado antes que ele pudesse chegar lá.

Flávia Almeida se apoiou no chão e afastou a mão de Marcelo Lopes.

Quando olhou para baixo, viu que a perna do banco de plástico havia se quebrado com seu peso.

Flávia Almeida...

Marcelo Lopes claramente viu isso também e franziu a testa: "Você não acha que...".

"Não!"

Flávia Almeida o encarou, e ele ousou dizer uma palavra sobre seu peso, ela o expulsaria imediatamente!

Marcelo Lopes apertou os lábios, pisou no banquinho, e desta vez: "crack" - todas as quatro pernas se quebraram.

Então, ele disse seriamente: "Esse banquinho é de má qualidade."

Flávia Almeida...

Todo o estresse do dia parecia ter diminuído um pouco com esse comentário de Marcelo Lopes. Como ela nunca havia percebido que Marcelo Lopes tinha um lado cômico?

"Deixe-me pegar isso" - Marcelo Lopes olhou para o armário: "aquele amarelo, certo?"

Flávia Almeida assentiu com a cabeça.

Marcelo Lopes a pegou com facilidade.

Quando ele se virou, Flávia Almeida já tinha ido lavar o rosto para tirar a máscara.

Marcelo Lopes se sentou no sofá para esperar e notou um livro na mesa de centro e o pegou.

Era O Pequeno Príncipe.

O livro parecia ter sido folheado inúmeras vezes, com páginas fofas e bordas levemente enroladas. Na página marcada com um marcador, havia uma frase destacada com um marcador.

"Aprecie a oportunidade de ver o nascer do sol com a pessoa que você ama agora, para não se arrepender na velhice."

Flávia Almeida, saindo do banheiro, viu Marcelo Lopes segurando o livro.

Ela parou com um copo de água e perguntou: "O que você veio fazer aqui?"

Marcelo Lopes fechou o livro: "Você teve um julgamento com João Almeida hoje?"

Flávia Almeida pausou por um momento, um sorriso irônico brotando em seus lábios: "A notícia corre rápido, não é? Você deve estar aliviado por ter se divorciado de mim. Se isso viesse à tona antes do divórcio, o herdeiro dos Lopes casando com uma falsa herdeira, com certeza seria manchete no Cidade Viana. Você teria passado vergonha comigo."

Marcelo Lopes franzia a testa: "Você acha que eu me importo com isso?"

Flávia Almeida assentiu: "Se você não se importa, muito menos comigo, por que se importaria com isso?"

Essa frase deixou Marcelo Lopes irritado, e ele disse seriamente: "Se eu não me importasse, por que insistiria em vir até você, permitindo que me desprezasse dessa forma? Flávia Almeida! Você tem coração?"

Flávia Almeida sentiu seu coração tremer, apertou os lábios e depois de um tempo disse: "Eu não liguei para você".

Marcelo Lopes esfriou o olhar, jogou o livro na mesa de centro, levantou-se e disse friamente: "Pode me chamar de idiota".

Dito isso, ele se virou e saiu, enquanto Flávia Almeida permaneceu encostada nele, com os olhos baixos, sem se mexer.

Ao ouvir a porta atrás dela ser girada, seus cílios se agitaram levemente.

No segundo seguinte, a mão que não segurava o copo foi subitamente agarrada e pressionada acima da cabeça, enquanto um beijo carregado de fúria de Marcelo Lopes cobria tudo à sua volta: "Eu sou mesmo um idiota!"

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: A Rebeldia da Esposa Desprezada