Márcia Ferreira olhou para João Almeida.
Afinal de contas, Fernanda Nunes era sua esposa legítima e eles haviam se casado por amor, mesmo que o processo não tivesse sido agradável, o amor que haviam tido era, sem dúvida, real.
Mas agora ele tinha a coragem de fazer tal pergunta.
Ir ou não ir?
Isso não era óbvio?
Ela reprimiu as emoções que estavam borbulhando dentro dela e disse suavemente: "Você certamente tem que ir. Flávia Almeida é sua filha, e a família Lopes estará presente, com pessoas da família Lopes presentes, muitas figuras proeminentes da Cidade Viana também estarão lá. O senhor é o pai da Flávia Almeida, se não for, a família Almeida vai ser ridicularizada".
João Almeida estava visivelmente preocupado: "Com a situação entre nós assim, se a Flávia fizer um escândalo no funeral, será difícil controlar."
"Ela não vai fazer isso."
Fernanda Nunes disse calmamente: "A Flávia Almeida tem muito respeito pela Fernanda Nunes, ela jamais faria um escândalo no enterro da mãe dela e a deixaria sair assim tão perturbada".
João Almeida apertou os lábios.
Márcia Ferreira olhou para o homem à sua frente e sabia o que ele estava pensando.
Era apenas o escândalo da filha ilegítima que estava vindo à tona, e ele temia ser rejeitado no evento.
Mas ele tinha que ir, sem sua presença, como ela e sua filha poderiam legitimar sua posição?
"João, não se preocupe, eu vou com você e espero lá fora, qualquer coisa, eu luto por você."
João Almeida balançou a cabeça, como se estivesse acordando de um transe.
Aquelas palavras o fizeram lembrar da antiga Fernanda Nunes.
Em cada crise que a empresa enfrentava, quando ele estava à beira de um ataque de nervos, ela estava lá para confortá-lo, dizendo que não havia problema, que na pior das hipóteses iriam à falência, mas se conseguiram ganhar uma vez, poderiam ganhar uma segunda, o céu não iria cair, e se caísse, ainda teriam ela.
"João, vá dormir, amanhã cedo iremos para dar o último adeus à Fernanda Nunes."
João Almeida voltou a si, engoliu em seco e respondeu baixinho.
————
Com seu voo marcado para as oito da manhã, Marcelo Lopes dirigiu até o aeroporto às seis e meia. Chegando lá e aguardando seu voo, ele não resistiu a ligar o celular.
Assim que se conectou à internet, vários alertas do Whatsapp apareceram instantaneamente.
Ele deslizou o dedo pela tela e notou que Flávia Almeida não havia lhe enviado nenhuma mensagem, o que lhe trouxe um sentimento de desapontamento.
Estava prestes a desligar o celular quando uma mensagem de Marcos Rocha apareceu: "Marcelo Lopes, seu desgraçado, se você não voltar logo, você vai perder sua esposa!"
Marcelo Lopes empalideceu e imediatamente ligou para Flávia Almeida, mas não obteve resposta.
Ele então ligou rapidamente para Marcos Rocha.
Marcos Rocha tinha acabado de chegar à funerária e quase xingou quando viu a ligação de Marcelo Lopes, mas atendeu imediatamente.
Marcelo Lopes atacou sem rodeios: "Que mensagem é essa que você mandou?"
Marcos Rocha disse com raiva: "Sua sogra morreu, vai ser enterrada hoje, e se você não voltar logo, sua esposa não vai aguentar!"
Marcelo Lopes sentiu um choque, sua voz se agravou: "Quando isso aconteceu?"
"Anteontem à noite, ela teve uma febre e se foi. Sua esposa está agindo estranho nos últimos dois dias, você tem que voltar imediatamente, o enterro é às duas da tarde." - Ele não pôde deixar de reclamar: "Onde você esteve nesses dias, pelo menos deveria ter deixado um contato, você imagina o que sua esposa deve pensar, que você desapareceu de propósito."
Marcelo Lopes franziu os lábios: "Depois falarei contigo, e a Flávia Almeida? Deixe-a atender o telefone."
"Eu não me atrevo a incomodá-la, é melhor você voltar logo. Ontem eu falei uma palavra em seu nome, e ela disse que se você não voltasse, será que sua mãe não poderia ser enterrada? Eu não ousaria responder, agora mesmo falar com ela pelo telefone é inútil, ela talvez nem atenda a sua ligação. O importante é voltar logo, se você não chegar a tempo para o funeral de sua sogra, eu te digo, conhecendo minha mulher, ela vai se lembrar disso pelo resto da vida!"
Marcelo Lopes respirou fundo: "Arrume bem o lugar para ela, eu chego no aeroporto às dez e dez."
"Ok, então se apresse."
Depois de desligar o telefone ele viu Lucas Ramos se aproximando com uma garrafa de água para ele.
"Com quem você estava falando?"
Ela tinha cerca de um metro e sessenta e cinco, pele muito branca, muito magra, com um rosto pequeno e olhos ligeiramente alongados, com traços muito elegantes.
"Irmão, esta funerária é tão pequena."
A moça murmurou baixinho.
Antônio Martins desceu do outro lado e deu um tapinha na testa dela: "Não diga nada sem pensar quando estiver na frente dos outros, ela é sua salvadora."
Juliana Martins esfregou a testa e disse baixinho: "Eu sei disso, pare de bater na minha cabeça, eu já sou grande, não sou?"
Antônio Martins sorriu de canto: "Por maior que você seja, ainda é minha irmã."
E continuou, pegando Juliana Martins pelo braço: "Vamos, vamos prestar homenagem."
João Almeida não esperava que tantas pessoas aparecessem hoje.
Havia dezenas de carros de luxo logo na entrada e, para uma funerária tão pequena, um número surpreendente de pessoas estava presente.
Quando chegou ao local e viu a cena, hesitou muito antes de sair do carro.
No final, foi Márcia Ferreira quem o convenceu a descer.
Ele entrou na funerária de maneira contida, muitas pessoas olharam para ele, mas ninguém o abordou.
João Almeida, com uma cara dura, entrou no local do memorial. Marcos Rocha o viu e levantou as sobrancelhas: "Ele é muito sem-vergonha, ainda tem coragem de aparecer aqui".
Marcos Rocha, que normalmente é tão eloquente, pareceu perder o interesse na presença do homem, entregou-lhe algumas velas e não lhe deu mais atenção.
João Almeida acendeu uma vela para Fernanda Nunes e, aproximando-se de Flávia Almeida, falou com o tom crítico que costumava usar no passado: "Como é que sua mãe morreu e você nem me contou?"
A expressão no rosto de Flávia Almeida escureceu.
Como ele tinha a audácia de fazer uma pergunta tão descarada?
Antes que Flávia Almeida pudesse responder, a voz de Antônio Martins surgiu por trás: "Presidente Almeida, sua esposa faleceu e você não está ciente, não deveria estar perguntando isso a si mesmo?"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Rebeldia da Esposa Desprezada
Gosto de ler livros assim: quando a protagonista seja igual a Flávia Almeida, determinada, não fica chorando pelos cantos e não se humilha diante dos seus adversários....
Cadê a atualização? Um livro tão interessante como este não pode ficar assim, esquecido....
Não será mais atualizado?...
Não acredito que tenham parado a história sem resolver os mistérios de Flavia....
Poxa! Desrespeito, viu. Parou no 600 e desde setembro que não atualiza. Que dó....
Gente do céu! Cadê atualização. Já tem 15 dias sem nada. Vixiii!...
Cadê a atualização????...
Estou gostando muito desse livro me fez sorrir em vários momentos e também fiquei tensa em vários capítulos.fique triste por que não postaram mais capítulos,espero que postem mais pois estou muito curiosa para saber o final, tem muitos mistérios ainda para serem desvendados como a origem de Fifi....
Cadê a atualização????...
Cadê a atualização, não vai ter final?...