A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 245

Alguns minutos depois, Flávia Almeida retornou.

Francisca Ferreira nem se atreveu a perguntar se a enfermeira havia dito alguma coisa, apenas torceu para que a Sra. Fernanda tivesse sorte, que conseguisse passar por essa dificuldade com segurança.

Naquele momento crítico, se algo acontecesse com a Sra. Fernanda, ela temia que Flávia entrasse em colapso.

Após tantos anos, na verdade todos eles sabiam que as chances de a Sra. Fernanda despertar eram ínfimas, mas as pessoas sempre têm suas obsessões.

Enquanto houver um sopro de vida, há um fio de esperança.

Há um ditado que diz o seguinte: Mãe é uma só.

Ninguém pode culpar Flávia Almeida, uma filha, por sua obsessão pela mãe.

Lucas Ramos chegou rapidamente, cerca de dez minutos depois de Francisca Ferreira ter desligado o telefone.

Ele entrou correndo na sala de espera, coberto de poeira.

Por um instante, Francisca Ferreira pensou que este homem era muito mais confiável do que aquele canalha do Marcelo Lopes; em uma situação como esta, ele realmente apareceu.

"Flávia, como está a tia?"

A voz de Lucas Ramos ainda estava ofegante; ele provavelmente tinha corrido para cá assim que saiu do carro.

Flávia Almeida olhou para ele, surpresa, e Francisca Ferreira explicou rapidamente: "Quando você estava assinando os papéis agora há pouco, o Dr. Ramos o chamou e disse que precisava falar com você sobre um assunto. Quando eu disse que a Dona Fernanda estava na sala de cirurgia, ele veio imediatamente".

Flávia Almeida relaxou um pouco e disse baixinho: "Ainda estão tentando salvá-la, não há notícias ainda."

Fernanda Nunes desenvolveu uma infecção pulmonar, e o documento que a enfermeira pediu para ela assinar era justamente o termo de consentimento para a cirurgia.

Embora fosse uma cirurgia minimamente invasiva, era extremamente arriscada para Fernanda Nunes.

A enfermeira lhe explicou que, na situação de Fernanda Nunes, não era mais necessário prosseguir; mesmo que ela fosse salva, não teria muito tempo de vida, e insistir na cirurgia poderia resultar em perdas pessoais e financeiras.

Mas não havia como Flávia Almeida se permitir desistir do tratamento.

Ela não podia simplesmente ver Fernanda Nunes morrer.

Lucas Ramos tentou consolá-la: "Nenhuma notícia é uma boa notícia".

Flávia Almeida também esperava que fosse verdade, mas algumas coisas não se tornam realidade só porque você as deseja.

"Dr. Ramos, você ligou procurando por mim para dizer o quê?"

Lucas Ramos respondeu: "Vamos esperar a cirurgia da tia terminar, não é urgente agora".

Flávia Almeida queria dizer que se ele tivesse algo para fazer, poderia ir embora.

Mas, pensando bem, o Dr. Ramos provavelmente sabia que algo sério havia acontecido e veio correndo; pedir para ele ir embora seria um pouco insensível.

Com esse pensamento, ela apenas apertou os lábios e não disse mais nada.

Os três se sentaram em uma fila, aguardando o veredito dos médicos sobre Fernanda Nunes na sala de cirurgia.

Provavelmente após uns dez minutos, a luz da sala de cirurgia finalmente se apagou.

Flávia Almeida se levantou abruptamente.

Francisca Ferreira e Lucas Ramos também se levantaram rapidamente.

Logo a porta da sala de cirurgia se abriu e a equipe médica começou a sair.

O coração de Flávia Almeida se apertou com força; ela queria se aproximar, mas não tinha coragem.

O médico retirou a máscara, com uma expressão um tanto pesada, e disse: "Entrem para vê-la pela última vez, despeçam-se adequadamente".

Flávia Almeida tremeu, sentindo-se como se estivesse caindo em um abismo.

Parecia que todos os sons ao redor se tornaram distantes, exceto a voz do médico que soava clara ao seu lado.

Ela agradeceu ao pessoal médico, pagou os salários dos trabalhadores da saúde, e então foi para o quarto de Fernanda Nunes começar a arrumar as coisas.

Ela estava muito calma e tranquila.

O quarto do hospital tinha sido sua casa por tantos anos que não havia muito o que arrumar.

Fernanda Nunes ou estava nua na cama ou vestida com a roupa do hospital, e nem mesmo roupas havia no quarto, apenas toalhas e bacias que eram constantemente substituídas, além das pilhas de fitas de ópera e o gravador antigo sobre a mesa.

Flávia Almeida guardou cuidadosamente as fitas em sua bolsa, ocupada como se nada tivesse acontecido.

Quanto mais calma ela ficava, mais ansiosa Francisca Ferreira ficava, seria melhor chorar, a calma era preocupante.

"Flávia, não há pressa para arrumar agora"- Lucas Ramos se aproximou e segurou a bolsa em suas mãos, dizendo suavemente: "Sente-se e descanse um pouco, nós a ajudaremos a arrumar depois".

Francisca Ferreira também disse: "O Dr. Ramos tem razão, Flávia, dê um tempo".

Flávia Almeida empurrou sua mão e disse baixinho: "Estou bem, Dr. Ramos, hoje provavelmente não poderei conversar com você."

Lucas Ramos respondeu: "Não se preocupe, quando você estiver pronta e com tudo organizado, podemos falar."

Flávia Almeida assentiu com a cabeça em agradecimento e acrescentou: "Também está ficando tarde, você pode ir, Francisca está aqui comigo."

Lucas Ramos hesitou por um momento; Flávia Almeida acabara de perder a mãe, e a pessoa que deveria estar ao seu lado neste momento deveria ser Marcelo Lopes, não ele, um estranho.

Ele realmente não deveria ultrapassar esses limites.

Lucas Ramos fez sua maçã do rosto deslizar ligeiramente, falando em um tom baixo: "Entrarei em contato com Marcelo o mais rápido possível. Se houver algo em que eu possa ajudar por aqui, entre em contato comigo sem demora" - fez uma pausa e acrescentou: "que sua tia possa descansar em paz o quanto antes."

Flávia Almeida fez um som de concordância, mas não disse mais nada.

Lucas Ramos, ainda preocupado, deu algumas instruções a Francisca Ferreira e deixou seu número de telefone com ela, pedindo que ela encontrasse uma funerária o mais rápido possível e que entrasse em contato com ele caso surgisse algum problema.

Francisca Ferreira assentiu repetidamente e, justo quando estava acompanhando Lucas Ramos até a porta, ouviu um ruído de "clash" - vindo do quarto do hospital. Ela virou-se rapidamente e seu rosto se contorceu em choque: "Flávia!"

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