A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 221

Flávia Almeida segurava o celular enquanto subia até o terraço do segundo andar, foi quando finalmente atendeu.

"Flávia, como é que só agora você atende meu telefonema? Não viu a mensagem que eu te enviei ontem à noite?"

"Vi sim."

A voz de Flávia Almeida era indiferente.

João Almeida franziu a testa, "E não me ligou de volta?"

"O senhor está me procurando com urgência no meio da noite por causa do que aconteceu com Beatriz Almeida, não é?"

João Almeida engasgou, surpreso pela direção direta que Flávia estava tomando.

Ele comprimiu os lábios e falou, "Quando vocês eram crianças, nunca brigaram, o que aconteceu para você bater na Beatriz daquele jeito?"

"Beatriz Almeida não te contou?"

"Ela disse que Marcelo estava bêbado e ela o ajudou a se levantar, e você ficou chateada. Você está dizendo que por uma coisinha dessas vale a pena tudo o que fez? Marcelo é o cunhado dela, o que mais ela poderia querer com Marcelo?"

Flávia Almeida riu brevemente, "Ajudou a se levantar? Foi isso que Beatriz te disse?"

João Almeida sentiu um desconforto ao ouvir o riso dela, pois lembrava muito a Fernanda Nunes.

"Então me conte o que realmente aconteceu?"

Flávia Almeida conteve sua expressão, "O senhor ainda se lembra daquele coelho que eu tinha quando era pequena?"

João Almeida franziu a testa, claramente com dificuldade de se recordar.

"No meu aniversário, um colega me deu um coelho, Beatriz Almeida gostou e quis para ela, mas eu não deixei. Então o senhor, aproveitando minha ausência, soltou o coelho para ela brincar, e no final o animal foi atropelado por um veículo e morto na estrada."

João Almeida começou a lembrar vagamente daquela história, os detalhes já não eram claros, mas ele se recordava de Flávia Almeida trazendo o coelho de volta para casa, chorando com os olhos inchados.

"Desde pequena, tudo o que Beatriz Almeida queria, o senhor nunca deixou de dar, mesmo que fosse meu."

A expressão de João Almeida mudou, e ele suavizou o tom de voz, "Realmente fui negligente naquela situação, mas Beatriz não fez por mal, o coelho estava correndo para todo lado, como ela, ainda criança, poderia controlar essas circunstâncias?"

"Sim, ela era pequena naquela época, e eu a tolerava. E agora? Com vinte e três anos, ainda é pequena? Marcelo Lopes estava bêbado, e ela se despiu e tentou subir na cama dele. Que pensamentos nojentos Beatriz Almeida tem? Ela realmente acha que eu não sei? E o senhor ainda vem me questionar porquê eu bati nela? Eu tenho vontade de matar ela! O que ela é? Uma bastarda adotada, o que ela tem para tocar nas minhas coisas?"

João Almeida ficou pálido, "Quem você está chamando de bastarda?"

Flávia Almeida deu uma risada fria, "Se não é uma bastarda, o que é? Uma criança de uma família normal, quem a abandonaria em um orfanato? Nós a adotamos, estamos em dívida com ela? Ou será que no seu coração, uma bastarda é mais importante do que a própria filha biológica?"

João Almeida ficou visivelmente constrangido, as palavras 'bastarda' de Flávia Almeida pisavam na dignidade dele e ele não podia admitir.

Ele ficou furioso e disse com irritação, "Vocês cresceram juntas, não acha que está sendo dura demais? E como Beatriz poderia fazer algo tão impróprio? Mesmo que você tenha visto com seus próprios olhos, como pode ter certeza de que não foi Marcelo que iniciou? A diferença de força entre homens e mulheres é grande, se Marcelo forçasse, ela poderia resistir?"

Vendo que Flávia Almeida permanecia em silêncio, João Almeida disse, "Flávia, a saúde da sua mãe é o mais importante. Agora, nós mesmos estamos com dificuldades, como podemos ter recursos para nos preocupar com a sobrevivência de um orfanato? Isso é algo para o estado se preocupar, porquê nós sendo cidadãos comuns, deveríamos nos incomodar? Eu sei que você e sua mãe sempre foram voluntárias no orfanato e têm um carinho especial pelo lugar, mas as pessoas precisam considerar suas próprias capacidades."

Quando era vantajoso para ele fazer doações ao orfanato como forma de obter isenções fiscais para a empresa, porquê ele não dizia então que isso era assunto do estado?

Quando é vantajoso, ele usa; quando não é, ele descarta. Que tipo de pessoa! Por que esse tipo de pessoa tinha que ser seu pai!

Saindo do terraço, Marcelo Lopes já estava se preparando no vestíbulo, ajeitando a gravata.

"Você vai sair?" perguntou Flávia Almeida.

Já eram mais de dez horas. Se fosse para o trabalho, Marcelo Lopes não iria tão tarde. Se passasse desse horário, ele geralmente não iria ao escritório e ficaria trabalhando no escritório.

"Hmm," respondeu Marcelo Lopes de forma indiferente, "Há uma palestra na Universidade T que preciso participar nesta tarde."

Palestra...

O olhar de Flávia Almeida mudou várias vezes.

De repente, ela avançou, puxou a gravata das mãos de Marcelo Lopes, ficou na ponta dos pés, passou ao redor do seu pescoço e começo a fazer nó enquanto perguntava, "Posso ir com você?"

Marcelo Lopes olhou para ela de cima, "Você quer ir?"

"A Universidade T também é minha alma-mater, fazem muitos anos que não volto lá. Hoje estou livre e gostaria de visitar," ela ajustou o nó da gravata dele, e pediu, "Me leva com você, sim?"

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