A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 199

O jovem diminuiu o passo e, olhando para trás, viu Flávia Almeida ajoelhada no chão, segurando o joelho e pálida.

O rapaz hesitou um pouco, duvidou por alguns segundos, mas acabou voltando correndo.

No entanto, ele era esperto, e ficou a uma distância segura de Flávia Almeida antes de perguntar, "Como você está?"

Flávia Almeida apenas se contorcia de dor, abraçando o joelho e tremendo os ombros.

O coração de um jovem é, no final das contas, bastante simples, e ao ver Flávia naquela condição, que não parecia fingimento, ele deixou de lado suas preocupações e abaixou-se para ver o que tinha acontecido.

Assim que se agachou, Flávia Almeida o empurrou no chão e, antes que o jovem pudesse reagir, ela o agarrou pela gravata, "Moleque idiota, por que você correu ao me ver?"

O jovem percebeu que havia caído em uma armadilha e ficou envergonhado, sussurrando, "Você me enganou, eu não deveria ter caído na sua lábia!"

Ele realmente era do tipo que não aprende com os erros, esquecendo-se completamente de que, quando criança, essa mulher o havia enganado para se vestir como uma garota, fingindo estar à beira da morte.

Ela era uma atriz muito habilidosa; as águas do Rio Levi de Cidade Viana não eram nada comparadas com as maquinações em sua mente!

Flávia Almeida estreitou os olhos, "Se você não tem nada a esconder, por que correu ao me ver?"

O jovem respondeu desafiadoramente, "Eu não teria corrido se você não tivesse me persiguido."

"Eu não teria perseguido se você não tivesse corrido," Flávia Almeida deu um tapa no peito do jovem, "Magro como um graveto e ainda tenta se vestir como um homem de negócios, você acha que este é o seu lugar?"

Marcelo Lopes apenas saiu e viu Flávia Almeida, como uma arruaceira, segurando um garçom no chão com a mão em seu peito.

Ele sentiu como se tivessem crescido dois metros de chifre em sua cabeça, era suficiente lidar com transmissões ao lives de quem vende de aparência, mas agora, bem diante de seus olhos, ela nem se dava ao trabalho de esconder sua verdadeira natureza!

"Ganhar dinheiro, que dinheiro você está tentando ganhar? Se você está precisando, é só me dizer. Vestido assim, você sabe que tipo de pessoas frequenta este lugar?"

O Refúgio dos Magnatas pode parecer um clube de elite, mas não passa de um bordel para os ricos gastarem seu dinheiro?

Os garçons do Refúgio dos Magnatas têm um salário por hora muito alto, mas os critérios de contratação também são muito rigorosos. Ser bonito é o básico, e alguns até exigem um nível de educação elevado.

Por que seriam tão exigentes com um garçom, afinal? Não é apenas para atender os ricos?

Desde que o patrocinador esteja disposto a gastar dinheiro, como os jovens podem resistir a tal tentação?

Quanto mais fácil é ganhar dinheiro, mais baixo se coloca o limiar ético, e quando se está profundamente envolvido, é difícil sair.

O jovem, não acreditando, respondeu com raiva, "Certamente não é uma arruaceira como você!"

Flávia Almeida riu, "Já que você pensa assim, então serei arruaceira até o fim. Tira a roupa!"

Flávia Almeida estava apenas começando a abrir o terno do jovem quando a voz fria de Marcelo Lopes soou de repente, "O que você está fazendo?"

Flávia Almeida estremeceu e, virando-se, viu Marcelo Lopes em pé ao lado, observando-a com uma expressão séria no rosto.

Para ser mais preciso, ele estava olhando para a mão dela, que estava puxando as roupas do jovem.

Já havia vários gerentes do Refúgio dos Magnatas no corredor, todos olhando surpresos para a cena.

Não é que eles nunca tinham visto um flerte com um garçom, mas atacar alguém no corredor eles nunca tinham visto.

Flávia Almeida mexeu os lábios, lutando para explicar, "Ele é meu mano."

Quando o jovem viu Marcelo Lopes, rapidamente se revoltou, "Eu não a conheço, ela pulou em mim sem motivo algum."

Flávia Almeida fez cara feia, "Você está pedindo para morrer, é isso?"

"Você ainda me ameaça!"

Flávia Almeida: ...

Marcelo Lopes: ...

Ele mesmo não sabia que era tão bom de luta.

O gerente, sendo esperto, vendo a situação, veio logo acalmar todos, "Os jovens são assim, cheios de energia. Por favor, bebam um pouco de água para se acalmarem. Já mandei chamar o responsável, e quando ele chegar, asseguro que darei uma explicação satisfatória aos senhores."

"Deixa para lá," disse Flávia Almeida, que na verdade não estava buscando uma explicação. Ela apertou o rosto de Felipe Monteiro, "Lembre-se bem deste rosto, e se ele aparecer de novo, mande-o embora rapidamente, não o deixe trabalhar aqui."

Felipe Monteiro afastou o queixo, descontente, "Eu ainda não recebi meu salário!"

O gerente rapidamente respondeu, "Vou providenciar o pagamento agora mesmo."

Dez minutos depois, Felipe Monteiro estava no corredor contando seu dinheiro.

Provavelmente por consideração a Marcelo Lopes e Flávia Almeida, o gerente até lhe deu um dinheiro a mais.

Depois de sair do escritório do gerente, Marcelo Lopes perguntou, "Quem é ele?"

"É um dos jovens do orfanato que minha mãe ajuda financeiramente, chama-se Felipe Monteiro," disse Flávia Almeida, franzindo a testa. "A esta hora, ele deveria estar na escola se preparando para o vestibular."

Felipe Monteiro era um jovem muito inteligente e sempre teve boas notas. Havia uma grande esperança de que ele passasse em uma boa universidade no vestibular deste ano. Faltando menos de dois meses para o exame, em vez de estar estudando, ele estava trabalhando como garçom no Refúgio dos Magnatas. Quanto mais Flávia Almeida pensava sobre isso, mais zangada ficava.

Como ele mesmo disse, parecia que realmente precisava de dinheiro. Ele contou as três mil reais uma vez e depois novamente. E quando ia começar a contar pela terceira vez, Flávia Almeida tomou o dinheiro das mãos dele.

Felipe Monteiro rapidaemnete tentou pegá-lo de volta, mas ao ver Marcelo Lopes ao lado de Flávia Almeida, ele recuou e disse com olhos arregalados, "Devolva!"

Flávia Almeida olhou para o rosto de Felipe Monteiro, notando as partes brancas e amarelas, e de repente franzindo a testa.

"O que é isso no seu rosto?"

Ela perguntou e esticou a mão para esfregar, fazendo com que a camada de base desaparecesse rapidamente, revelando que todo o canto da boca dele estava coberto por uma mancha roxa.