A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 195

Aline Lopes, com dor na boca, não conseguia comer nada, furiosa, derrubou a louça no chão.

A empregada, tremendo, agachou-se para arrumar a bagunça, mas Aline pegou um copo de vidro e o atirou perto dos pés da empregada.

Os cacos voaram e cortaram a mão da mulher, que logo começou a sangrar.

"Saiam, saiam todos daqui!"

Assim que terminou de gritar, ela apertou a bochecha, sentindo muita dor.

"Por que você está descontando sua raiva nela?"

Patrícia Batista a criticou, virando-se para a empregada, "Não precisa arrumar agora, vá cuidar desse corte primeiro."

A empregada obedeceu e foi embora.

Patrícia Batista pegou outra tigela de mingau e a entregou a Aline Lopes, "Este está mais frio, coma devagar."

Nos últimos dias, por causa da ferida na boca, Aline Lopes estava com dificuldade para se alimentar. Ela tinha emagrecido, não estava recebendo nutrição suficiente, o que deixou sua pele pálida e a fez perder peso.

Além disso, a dor constante tornava seu temperamento, já difícil, ainda pior.

"Eu não quero comer, mãe, está doendo muito..."

Ela disse, chorando baixinho.

Patrícia Batista olhou para a filha, que tinha emagrecido, apertou os lábios e depois de um tempo disse, "Coma direito, vamos cuidar desse ferimento. Não se preocupe, eu não vou deixar ficar assim."

————

Francisca Ferreira estava esperando do lado de fora, e assim que Flávia Almeida saiu da casa da Sra. Coutinho, ela perguntou ansiosa, "E então, conseguiu resolver a questão?"

Flávia Almeida balançou a cabeça, "A dona do Loteamento Céu Azul é a Sra. Coutinho."

Francisca Ferreira ficou surpresa, "Aquela Sra. Coutinho que você ganhou algumas centenas de milhares e que sempre dificultou as coisas para você?"

Flávia Almeida concordou.

"O mundo é pequeno mesmo, como pode ser ela? Será que ela está com raiva e por isso não quer te alugar o local?"

"Pois é."

Sra. Coutinho certamente sabia que a família Lopes queria organizar uma festa de aniversário, e Patrícia Batista já estava preocupada com isso há algum tempo. Ela com certeza teria reservado o local para Patrícia Batista, mas este ano Patrícia não conseguiu estar a frente da organização, e de repente a Sra. Coutinho alugou o lugar para outra pessoa. Era muita coincidência.

"Que tal..." Francisca Ferreira sugeriu cuidadosamente, "pedir ajuda ao Marcelo Lopes? A Sra. Coutinho teria que respeitar a palavra dele, certo?"

Flávia Almeida não disse nada.

Sendo honesta, depois do que aconteceu com o bisavô e Aline Lopes, ela quase não tinha falado com Marcelo Lopes.

Agora, ir atrás dele por uma questão dessas, ela não conseguia passar por cima do seu orgulho.

Francisca Ferreira suspirou, ela estava fazendo o melhor que podia, mas Marcelo Lopes também não estava ajudando, o que deixou Flávia chateada, não é?

"Ah, o Sr. Martins pode ajudar, ele não disse que te devia um favor? Agora é a hora de usar esse favor."

"Vou pensar em outra solução."

Antônio Martins, que a ajudou sem motivo aparente a se livrar das suspeitas, era um mistério para ela.

Por que ele a ajudaria assim, sem mais nem menos?

Não adianta falar de uma dívida de gratidão, pois ela já tinha quitado o Bentley há muito tempo.

Ela tinha medo que, ao pedir ajuda, ele tivesse segundas intenções, e ela poderia ficar em uma situação ainda mais difícil de resolver.

Ela precisava resolver a questão do local por conta própria.

Francisca Ferreira ligou o carro, "Vamos, me acompanhe até o hospital e podemos pensar no caminho."

Flávia Almeida ficou surpresa, "Você não está se sentindo bem?"

"Ultimamente, estou sentindo uma dor no peito e parece que tem um nódulo ali. Quero fazer um exame no hospital, estou com medo de ir sozinha."

Flávia Almeida franziu a testa, "Por que você não disse antes, há quanto tempo está doendo?"

"Já faz alguns meses, às vezes dói, às vezes não dói, mas nos últimos dias está doendo muito."

Flávia Almeida estava realmente zangada, "Você está com dor há meses e não pensou em fazer um exame? Se for algo sério e pelo facto de você tiver adiado, agora pode ser tarde demais!"

Francisca Ferreira ficou assustada em ouvir isso, "Não será algo grave, né? Não me assuste, minha tia tinha câncer de mama, essa doença é hereditária? Eu não posso ter câncer de mama, certo? Ainda nem me casei, se eu tiver que operar e remover meus seios, como vou me casar depois?"

Flávia Almeida: ...

Ela respondeu chateada, "Se for o caso, faça uma mudança de sexo."

"Sr. Lopes, veio visitar a Fifi de novo?"

Tirado em seus pensamentos, Marcelo Lopes fechou a tela do celular.

"Como ela está ultimamente?"

"Fifi tem estado muito bem, só se sente um pouco entediada sozinha no quarto, você poderia visitá-la mais vezes."

Marcelo Lopes não respondeu.

A enfermeira olhou para Marcelo Lopes, ele era realmente muito bonito, com um olhar penetrante quando levantava os olhos e muito suave quando olhava para o celular.

Muitas pessoas passavam pelo hospital todos os dias, mas mesmo entre as celebridades que estavam lá para tratamento, nenhuma se destacava como Marcelo Lopes.

Ela apertou as mãos, um pouco nervosa, e esticou a marmita para Marcelo Lopes, envergonhada e dizendo timidamente, "Já é quase meio-dia, vi que você ainda não almoçou, eu fiz esta marmita, se não se importar, pode experimentar."

Marcelo Lopes olhou para a marmita e hesitou.

Ele tinha uma marmita igual em casa.

Azul, com um coelho desenhado, foi Flávia Almeida quem comprou.

A primeira vez que ela fez uma marmita para ele, foi com essa marmita.

"Olha só, é a primeira vez que cozinho, mesmo que não esteja bom, você tem que comer, senão, foi em vão que me queimei?"

"Alguém fez comida para você e ainda reclama?"

"Marcelo Lopes, sou a primeira mulher que cozinha para você?"

"Não permito que comas nada que outras mulheres preparem, somente o que eu faço."

"Minha habilidade na cozinha pode não ser das melhores, mas sou atraente, não sou? Quando você estiver comendo, eu sentarei ao seu lado. Isso certamente aumentara teu apetite ao comer."

Naquela época, ela já não tinha vergonha na cara.

Refletindo sobre aquelas memórias , Marcelo Lopes de repente sorriu. A pequena enfermeira ficou tão perplexa com aquele sorriso que seu coração acelerou e seu rosto corou.

"Senhor Lopes, eu..."

Antes que pudesse terminar a frase, uma voz veio da porta, "Papai."