Luana tirou seu telefone antes de rememorar que tinha apagado todas as informações de contato sobre Lorenzo. Ela só podia olhar Heloísa para pedir ajuda.
Elas tinham sido parceiros por tantos anos e, com um olhar, Heloísa já a compreendeu. Ela encontrou o número de telefone de Lorenzo e telefonou para ele.
Não demorou a tocar antes de ser atendida a ligação. Lorenzo falou em tom preguiçoso:
- Heloísa? Você se arrependeu e queria voltar para a companhia de VL?
Heloísa ficou completamente sem palavras para ele. Que homem orgulho!
Luana pegou o telefone da mão de Heloísa e disse:
- Lorenzo, sou Luana.
- Luana?! - Surpreendido ao ouvir sua voz, Lorenzo se animou logo, - O que fez você querer me telefonar?
Ele olhou para seu telefone, na verdade ainda era o número de Heloísa. Parecia que as duas estavam juntas.
- No Hospital São José, Lorenzo, vem pagar pela cirurgia de sua mulher! - Luana informou o endereço de forma indiferente e desligou a ligação.
Heloísa congelou por um momento depois de ouvir isto e achou que foi um bem feito ela terminar a conversa com Lorenzo sem palavras desnecessárias.
Lorenzo não entendeu o que significava. Ele ainda estava pensando nas palavras de Luana: Pagar pela cirurgia de sua mulher? Quem? Que tipo de operação?
Em todo caso, era bom que Luana estivesse disposta a contatá-lo, o que significava que ainda havia espaço de manobra.
Felizmente, agora ele também podia deixar sua cama. Somente ele ainda precisava confiar em uma cadeira de rodas para se movimentar.
Com certeza, o hospital não tinha permitido que ele saiu. Tinha que chamar um assistente para vir ajudá-lo, o que era muito problemático.
Luana se lembrou depois de telefonar que Lorenzo estava no hospital por causa do acidente de carro.
“Isso já não importa. Foi o negócio deles dois. Eu levei Vitória ao hospital por razões humanitárias”, pensou ela.
Ela queria sair, mas o telefone de Heloísa tocou. Surpreendentemente era uma mensagem de transferência. Lorenzo transferiu quatro mil dólares para ela, com a frase que a acompanhava: “Seja quem for, paga primeiro a taxa de operação, eu estarei lá logo.”
Luana e Heloísa estavam silenciosas. Elas olharam uma para a outra, pensando:
“O que ele quer dizer, não importa quem seja? Quantas mulheres ele tem? Que diabos ele está pensando?!”
- Luana, e agora? - Olhando para a quantidade extra de dinheiro em sua conta, Heloísa ficou confusa.
Elas queriam sair após a ligação com Lorenzo, mas agora que ele havia dado o dinheiro para Heloísa, então não parecia elas poderem sair agora.
- Não é ruim que ele tenha alguma consciência, então nós pagaremos o dinheiro primeiro. - Luana pensou sobre isso e mudou de ideia e pretendia ficar.
Já que ele disse que estaria lá em breve, por que não esperar e conversar cara a cara e ver o que esses dois estavam fazendo?
Pouco tempo após o pagamento do depósito hospitalar, Lorenzo chegou, ainda em sua cadeira de rodas e parecendo miserável.
Ele queria se enfeitar e fazer boa figura para que não estivesse em tal confusão quando a conhecesse. Mas depois pensou por um tempo que talvez pudesse deixar Luana sentir a pena dele se ele parecesse apenas um pouco miserável.
Antigamente, quando ele estivera resfriado ou com febre, ela ficara tão nervosa e cuidara dele muito bem.
Como se costuma dizer, é sempre após a perda que um homem se lembrará da boa vida que teve antes.
Quando chegou ao hospital, Lorenzo a viu e sentiu que ela havia se tornado muito estranha.
A razão pela qual Lorenzo achou Luana estranha foi porque eles não se viram há algum tempo. Eles se reencontraram naquele momento, e Lorenzo achou que Luana se mudara muito.
No passado, ela nunca se arrebicara. Seus cabelos também tinham sido soltos. E suas roupas tinham sido ainda menos elaboradas; ela só estivera com bata branca o tempo todo. Mas agora Lorenzo a viu usando uma camisola bege, com calças de bezerro sob medida, um casaco preto quebra-vento, e seus cabelos estavam soltos. Embora fosse muito comum, parecia ter uma aura nobre.
- Ela disse que eu forcei vocês a se separar? Lorenzo, o que você disse a ela? Por que você deu para ela tal ilusão?
- Ela disse isso? - Lorenzo ficou surpreso. Na verdade, ele não esperava que Vitória fosse até Luana e dissesse estas palavras. Parecia que ele a havia irritado muito ao mencionar a separação deles.
Lançando um olhar sobre ele, Luana não disse nada.
- Então, você empurrou ela? - ele continuou a perguntar.
Luana olhou para ele e disse:
- Não fiz isso!
“É verdade que ele e Vitória são duas pessoas com personalidades semelhantes. A primeira reação dele foi ‘Você empurrou ela?’, como se ele tivesse visto isso. Como ele poderiam colocar essa acusação falsa para mim tão facilmente?”, pensou Luana.
- Certo, certo. Você não fez. - Com aquele brilho frio dela, um arrepio correu pela parte de trás da espinha de Lorenzo.
Ele sempre havia pensado que Luana era gentil, mansa, uma mulher que lhe obedeceria quando falava. E ele nunca havia colocado uma mulher tão mansa em seu coração. Mas quando ela ficou impiedosa para ele, afinal, um único olhar dela podia fazê-lo sentir tanta tristeza com o coração quebrado.
Ele a havia realmente negligenciado e subestimado demais.
Olhando para ela, Lorenzo estava bastante emocionado. Após um momento de silêncio, ele disse:
- Na verdade, mesmo que você tenha feito isso, também não faz mal.
Luana ficou confusa ao ouvir as palavras do homem em frente dela., bem como Heloísa.
Que tipo de escória Lorenzo é! Se Vitória, que estava deitada lá dentro, ouvisse isto, ela ficaria tão zangada que vomitaria sangue!
- Vou dizer uma última vez, EU NÃO FIZ! - Luana estava coberta por uma aura fria, como se fosse um grande pedaço de gelo frio.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Maçã nos Olhos de Luís